Economia

Imposto de importação para veículos elétricos será retomado em janeiro

Taxas passarão por elevação gradual até 2026; governo diz que medida visa ajudar indústria nacional

Carro elétrico: modelos importados perdem isenção de importação a partir de janeiro (Leandro Fonseca/Exame)

Carro elétrico: modelos importados perdem isenção de importação a partir de janeiro (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 14h13.

A partir de janeiro de 2024, carros elétricos e híbridos comprados fora do Brasil voltarão a pagar imposto de importação. A medida é parte de uma estratégia para ajudar a indústria nacional, segundo o governo Lula.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 10, pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex). De acordo com o governo federal, a medida visa ajudar a desenvolver a cadeia automotiva nacional e contribuir para o projeto de neoindustrialização do país.

A resolução estabelece uma retomada gradual das alíquotas e cria cotas iniciais para importações com isenção até 2026. Essas cotas serão definidas por uma portaria, a ser publicada em dezembro.

As porcentagens de retomada progressiva de tributação vão variar com os níveis de eletrificação e com os processos de produção de cada modelo, além da produção nacional.

Assim, no caso dos carros híbridos, a alíquota do imposto começa com 12% em janeiro de 2024; passa para 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.

Para híbridos plug-in, será de 12% em janeiro, 20% em julho, 28% em 2025 e 35% em 2026. Para os elétricos, a sequência é 10%, 18%, 25% e 35%.

Há ainda uma quarta categoria, a de caminhões e outros veículos elétricos de carga, que começarão com taxação de 20% em janeiro e chegarão aos 35% em julho de 2024. Nesse caso, a retomada da alíquota cheia é mais rápida porque existe uma produção nacional suficiente, segundo o governo.

“O Brasil é um dos principais mercados automobilísticos do mundo. Temos de estimular a indústria nacional em direção a todas as rotas tecnológicas que promovam a descarbonização, com estímulo aos investimentos na produção, manutenção e criação de empregos de maior qualificação e melhores salários”, disse Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Ao mesmo tempo, as empresas têm até julho de 2026 para continuar importando com isenção até determinadas cotas de valor, estabelecidas por modelo.

Para híbridos, as cotas serão de US$ 130 milhões até julho de 2024; de US$ 97 milhões até julho de 2025; e de US$ 43 milhões até julho de 2026.

Para híbridos plug-in, US$ 226 milhões até julho de 2024, US$ 169 milhões até julho de 2025 e de US$ 75 milhões até julho de 2026. Para elétricos, nas mesmas datas, respectivamente US$ 283 milhões, US$ 226 milhões e US$ 141 milhões.

Para os caminhões elétricos, os valores serão de US$ 20 milhões, US$ 13 milhões e US$ 6 milhões.

Acompanhe tudo sobre:Carros elétricosIndústriaGoverno Lula

Mais de Economia

Por que as fusões entre empresas são difíceis no setor aéreo? CEO responde

Petrobras inicia entregas de SAF com produção inédita no Brasil

Qual poltrona do avião dá mais lucro para a companhia aérea?

Balança comercial tem superávit de US$ 5,8 bi em novembro