Economia

Impacto do vírus pode atingir 57 milhões de empregos nos EUA

As mais de 26 milhões de pessoas que pediram seguro-desemprego nas últimas cinco semanas refletem apenas uma imagem parcial do impacto

 Nova York, 25 de abril de 2020. (Justin Heiman/Getty Images)

Nova York, 25 de abril de 2020. (Justin Heiman/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 2 de maio de 2020 às 08h21.

Última atualização em 2 de maio de 2020 às 08h21.

A pandemia de coronavírus pode atingir 57 milhões de empregos nos Estados Unidos, mais do que o dobro do número de pedidos de seguro-desemprego até agora, quando demissões temporárias, reduções de horas e salários são incluídos, segundo dados da McKinsey & Co.

As mais de 26 milhões de pessoas que pediram seguro-desemprego nas últimas cinco semanas refletem apenas uma imagem parcial do impacto na força de trabalho, pois outras dezenas de milhões enfrentam riscos adicionais, de acordo com relatório de economistas como Susan Lund, do McKinsey Global Institute, think tank da consultoria.

A primeira onda de pedidos de seguro-desemprego em meados de março atingiu desproporcionalmente os setores de serviços alimentícios, entretenimento e hotelaria. Desde então, as demissões afetaram categorias que incluem varejo, serviços corporativos, manufatura e assistência médica não essencial.

Há uma sobreposição significativa entre trabalhadores vulneráveis por causa do vírus e aqueles cujos empregos já estavam em risco por causa da automação, o que desafia os EUA a treinarem trabalhadores em risco para oportunidades de emprego mais sustentáveis.

Trabalhadores com salários baixos, em regime de meio período e que pertencem a minorias são os que mais sofrem com a pandemia, com 74% dos empregos em risco e salário inferior a US$ 40 mil por ano, segundo análise da McKinsey. Mas os empregos em período integral e de colarinho branco afetados têm aumentado, correspondendo a 16% dos trabalhadores vulneráveis que ganham mais de US$ 70 mil por ano.

“Na verdade, são as pessoas geralmente com menor salário, menos instruídas e menos preparadas para enfrentar um período de desemprego que correm maior risco”, disse Susan em entrevista por telefone.

O nível de instrução é o mais forte indicador demográfico de vulnerabilidade: pessoas que não têm grau universitário são duas vezes mais propensas a ocupar esses empregos.

As empresas podem ajudar reduzindo horas e afastando trabalhadores temporariamente, em vez de demiti-los, disse a McKinsey. Também devem oferecer maior flexibilidade aos pais que trabalham em casa e encontrar maneiras de reconfigurar os espaços dos escritórios para evitar um novo surto de vírus. Agências estaduais da força de trabalho podem ajudar com oportunidades de treinamento para desempregados, segundo a McKinsey.

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