Economia

IBGE: Inflação de abril teve influência da alta do dólar

Em abril, o IPCA ficou em 0,64% e registrou a maior taxa desde abril de 2011 (0,77%)

No caso dos alimentos, que subiram de 0,25% em março para 0,51% em abril, a coordenadora do IBGE explicou que a alta foi impulsionada por problemas na safra do feijão (Divulgação/IBGE)

No caso dos alimentos, que subiram de 0,25% em março para 0,51% em abril, a coordenadora do IBGE explicou que a alta foi impulsionada por problemas na safra do feijão (Divulgação/IBGE)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 16h44.

Rio de Janeiro – A elevação “significativa” do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril pode ter refletido a alta do dólar, segundo avaliação da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. De acordo com ela, o aumento nos preços dos artigos de limpeza, cuja taxa passou de 0,59% em março para 1,38% em abril, indica esse movimento.

A explicação é que muitos produtos usados na fabricação dos itens de limpeza são importados. Em abril, o IPCA ficou em 0,64% e registrou a maior taxa desde abril de 2011 (0,77%). “Neste mês de abril, há indícios de pressão decorrente do aumento do dólar. Em geral, o que se observa é que, quando a valorização do dólar começa a chegar aos preços ao consumidor, os primeiros itens que revelam esse efeito são justamente os artigos de limpeza”, explicou.

Eulina Nunes destacou ainda que a inflação em abril foi “um pouco mais dispersa”. As principais pressões partiram de itens como cigarros, com alta de 15,04%, salários dos empregados domésticos (1,86%) e remédios (1,58%), mas também houve contribuição de outros setores, com alta menor, como alimentos, vestuário e habitação.

No caso dos alimentos, que subiram de 0,25% em março para 0,51% em abril, a coordenadora do IBGE explicou que a alta foi impulsionada por problemas na safra do feijão. O feijão do tipo carioca, por exemplo, teve elevação de 12,66%. “O aumento no feijão ultrapassou a casa dos 10% em função da menor oferta. Trata-se de um item de ciclo curto, que vem sendo atingido por problemas climáticos que afetam tanto a qualidade como a quantidade. Além disso, a própria área plantada foi menor em função do desestímulo ao produto”, disse.

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