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IBGE: alimento é responsável por IPCA próximo de zero

São Paulo - O grupo Alimentos e Bebidas foi o principal responsável para que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficasse em patamar próximo de zero. Este foi o único dos nove grupos pesquisados que registrou contribuição negativa para o IPCA […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O grupo Alimentos e Bebidas foi o principal responsável para que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficasse em patamar próximo de zero. Este foi o único dos nove grupos pesquisados que registrou contribuição negativa para o IPCA do mês passado, que registrou inflação de apenas 0,01%.

A contribuição do grupo foi de -0,17 ponto porcentual no resultado. Segundo o IBGE, os preços de Alimentos e Bebidas caíram 0,76% em julho. Os outros oito grupos mostraram contribuição positiva ou neutra para a taxa do IPCA do mês passado: Habitação (0,07 ponto porcentual), Artigos de Residência (0,01 ponto porcentual), Vestuário (zero), Transporte (0,01 ponto porcentual), Saúde e Cuidados Pessoais (0,03 ponto porcentual), Despesas Pessoais (0,06 ponto porcentual), Educação (zero) e Comunicação (zero).

Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, entre os alimentos, os produtos in natura se destacaram, em especial o tomate, que mostrou deflação de 23,90% em julho. Eulina explicou que, no primeiro trimestre deste ano, os preços dos alimentos in natura subiram muito.

A oferta deste tipo de produto foi fortemente prejudicada por problemas climáticos, o que levou a uma redução de disponibilidade dos itens no mercado interno e ao aumento de preços. Agora, com a regularização da oferta, os preços dos alimentos in natura começam a cair. Entre os in natura, porém, nem todos têm preços em queda. As frutas, por exemplo, mostraram alta de preços de 1,13% em julho, após registrarem deflação de 2,26% em junho.

Eulina observou que a taxa acumulada no ano da inflação dos alimentos ainda conta com um aumento expressivo, de 3,74% até julho. Embora seja menos intensa que o resultado anterior, acumulado no ano até junho (de 4,54%), a taxa ainda é relevante na avaliação da técnica. "Podemos dizer que os alimentos ainda não 'devolveram', por assim dizer, no IPCA tudo que subiram no início do ano", afirmou. Ela não descartou a possibilidade de uma continuidade de taxas negativas em alimentos e bebidas no curto prazo, mas ressaltou que não há como fazer previsões certeiras sobre o comportamento dos preços dos alimentos, que são muito voláteis e influenciados pelo clima.

Preços administrados
No IPCA de julho, houve uma "disputa de forças" entre preços livres e preços administrados, na avaliação da coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Ela reiterou que o índice de 0,01% foi beneficiado por quedas de preços dos alimentos no mês, mas disse que ele poderia ter ficado negativo, caso não ocorressem aumentos das tarifas de energia elétrica e de ônibus, que exerceram pressão para cima no indicador.

Em sua avaliação, os impactos de baixa dos alimentos e de altas nos preços de energia e ônibus praticamente se equilibraram em julho. Isso fez com a taxa do IPCA de julho fosse muito parecida com a de junho. "A taxa do indicador praticamente não se modificou entre junho e julho", comentou.

De acordo com a especialista, a inflação nos preços de habitação saltou de 0,40% para 0,54% de junho para julho, porque o grupo foi fortemente afetado pela alta de 1,17% em energia elétrica no mês passado. Eulina explicou que houve um reajuste 14,07% na tarifa de energia na região metropolitana de Curitiba, o que puxou para cima o resultado total da inflação de energia elétrica em julho, medido pelo IPCA.

Além disso, no mesmo período, os preços de transportes registraram término de deflação, ao saírem de uma queda de 0,21% em junho para uma elevação de 0,08%. Isso porque, segundo Eulina houve aumento nas tarifas de ônibus urbano no mês passado. A taxa de variação de preços passou de zero para 0,38%. "Isso é reflexo de um aumento na tarifa de ônibus urbano na região metropolitana de Belém", especificou. Além disso, ela comentou que houve reajuste de preços nas tarifas de ônibus interestaduais no País, que saíram de uma queda de 0,38% em junho para uma alta de 1,27% em julho.

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