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Grécia consegue perdão histórico de sua dívida

A troca dos bônus com credores privados foi muito bem-sucedida e reduzirá a dívida helena em 100 bilhões de euros

Ministro Evangelos Venizelos confirmou nesta sexta-feira que os bancos gregos serão recapitalizados através do novo empréstimo da UE e do FMI (Aris Messinis/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2012 às 12h36.

Atenas - A Grécia superou as expectativas e os temores despertos nos mercados nos últimos dias e conseguiu com que um alto número de credores aderisse ao maior perdão da dívida de história moderna.

'É um momento histórico. A troca dos bônus foi muito bem-sucedida e reduzirá a dívida em 100 bilhões de euros. Isso nos permitirá avançar com maior confiança para estabilizar a economia e desenvolvê-la', afirmou o ministro porta-voz do Governo, Pantelis Kapsis, em entrevista ao canal 'Mega' após conhecer os resultados.

Segundo anunciou nesta sexta-feira a Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA), os titulares que representam 85,8% da dívida que está sob a soberania grega (177 bilhões de euros) aceitaram aderir de forma voluntária.

Dos outros 29 bilhões de euros em bônus que estão sob soberania britânica, japonesa, suíça, francesa e americana, os credores que possuem 20 bilhões anunciaram que participarão de forma voluntária, um número que poderia aumentar já que os titulares têm até 23 de março para aderir à oferta.

Tanto no comunicado matinal como em entrevista coletiva posterior, o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou que com o número 'minoritário' de credores opostos ao perdão serão ativadas as Cláusulas de Ação Coletiva (CAC) aos bônus sob soberania grega.

Isto permitirá que o total dos 177 bilhões sob soberania grega seja reestruturado, e que somado aos bônus sob outras soberanias que se reestruturaram (aqueles que a Grécia não pode obrigar através das CAC) chega a um montante de 197 bilhões ou 95,7% do total de 206 bilhões que foram ofertados para o perdão.

'Este resultado, que é muito potente e positivo, representa uma grande oportunidade para que a Grécia se movimente para frente com seu programa de reformas, e reforça a capacidade da zona do euro para criar um ambiente de estabilidade e crescimento', disse Josef Ackermann, presidente do Instituto Internacional de Finanças (IIF) e do Deutsche Bank.


Isto é algo com o qual concordou o ministro Venizelos, embora tenha avisado que o plano de perdão grego 'é único e não se repetirá' em outros países europeus com dificuldades.

Além disso, ele acrescentou que o êxito do perdão permite esperar 'melhores resultados que os previstos' na estabilização da economia grega se o país aplicar 'ao pé da letra' o programa de reformas e cortes promovido pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo confirmou à Agência EFE uma fonte do Ministério das Finanças, a troca de bônus sob soberania grega será realizado na segunda-feira, 12 de março, uma vez ativadas as CAC.

Assim, os bônus atuais serão substituídos pelos novos por 53,5% de seu valor, embora garantidos através de títulos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e regidos pela lei britânica, mais propícia aos credores em caso de falta de pagamento grego.

O problema da ativação das CAC é que envolve o risco de que seja interpretada como uma falta de pagamento efetivo, algo que ativaria os seguros CDS que diversos investidores contrataram para proteger seus bônus perante uma possível falta de pagamento grego.

A Associação Internacional de Permutas e Derivados (ISDA) deverá avaliar se foi produzido um 'evento creditício' (credit event), ou seja, se aconteceu de fato uma falta de pagamento da dívida grega, o que poderia ocorrer se algum credor foi obrigado a aceitar um perdão não voluntário, e também debaterá se a ativação das CAC constitui uma falta de pagamento efetivo.

Em caso de evento creditício, seriam ativados os seguros de falta de pagamento da dívida (CDS), o que poderia causar uma alteração nos mercados.

Estes seguros contra falta de pagamento associados à dívida grega chegam a um importe de US$ 3,2 bilhões (2,42 bilhões de euros).

Por outro lado, Venizelos confirmou nesta sexta-feira que os bancos gregos serão recapitalizados e ajudados a cobrir as perdas derivadas do perdão através do novo empréstimo da UE e do FMI no valor de 130 bilhões de euros, cujo desembolso deveria ser aprovado nos próximos dias.

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'É um momento histórico. A troca dos bônus foi muito bem-sucedida e reduzirá a dívida em 100 bilhões de euros. Isso nos permitirá avançar com maior confiança para estabilizar a economia e desenvolvê-la', afirmou o ministro porta-voz do Governo, Pantelis Kapsis, em entrevista ao canal 'Mega' após conhecer os resultados.

Segundo anunciou nesta sexta-feira a Autoridade de Gestão da Dívida Pública (PDMA), os titulares que representam 85,8% da dívida que está sob a soberania grega (177 bilhões de euros) aceitaram aderir de forma voluntária.

Dos outros 29 bilhões de euros em bônus que estão sob soberania britânica, japonesa, suíça, francesa e americana, os credores que possuem 20 bilhões anunciaram que participarão de forma voluntária, um número que poderia aumentar já que os titulares têm até 23 de março para aderir à oferta.

Tanto no comunicado matinal como em entrevista coletiva posterior, o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou que com o número 'minoritário' de credores opostos ao perdão serão ativadas as Cláusulas de Ação Coletiva (CAC) aos bônus sob soberania grega.

Isto permitirá que o total dos 177 bilhões sob soberania grega seja reestruturado, e que somado aos bônus sob outras soberanias que se reestruturaram (aqueles que a Grécia não pode obrigar através das CAC) chega a um montante de 197 bilhões ou 95,7% do total de 206 bilhões que foram ofertados para o perdão.

'Este resultado, que é muito potente e positivo, representa uma grande oportunidade para que a Grécia se movimente para frente com seu programa de reformas, e reforça a capacidade da zona do euro para criar um ambiente de estabilidade e crescimento', disse Josef Ackermann, presidente do Instituto Internacional de Finanças (IIF) e do Deutsche Bank.


Isto é algo com o qual concordou o ministro Venizelos, embora tenha avisado que o plano de perdão grego 'é único e não se repetirá' em outros países europeus com dificuldades.

Além disso, ele acrescentou que o êxito do perdão permite esperar 'melhores resultados que os previstos' na estabilização da economia grega se o país aplicar 'ao pé da letra' o programa de reformas e cortes promovido pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo confirmou à Agência EFE uma fonte do Ministério das Finanças, a troca de bônus sob soberania grega será realizado na segunda-feira, 12 de março, uma vez ativadas as CAC.

Assim, os bônus atuais serão substituídos pelos novos por 53,5% de seu valor, embora garantidos através de títulos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e regidos pela lei britânica, mais propícia aos credores em caso de falta de pagamento grego.

O problema da ativação das CAC é que envolve o risco de que seja interpretada como uma falta de pagamento efetivo, algo que ativaria os seguros CDS que diversos investidores contrataram para proteger seus bônus perante uma possível falta de pagamento grego.

A Associação Internacional de Permutas e Derivados (ISDA) deverá avaliar se foi produzido um 'evento creditício' (credit event), ou seja, se aconteceu de fato uma falta de pagamento da dívida grega, o que poderia ocorrer se algum credor foi obrigado a aceitar um perdão não voluntário, e também debaterá se a ativação das CAC constitui uma falta de pagamento efetivo.

Em caso de evento creditício, seriam ativados os seguros de falta de pagamento da dívida (CDS), o que poderia causar uma alteração nos mercados.

Estes seguros contra falta de pagamento associados à dívida grega chegam a um importe de US$ 3,2 bilhões (2,42 bilhões de euros).

Por outro lado, Venizelos confirmou nesta sexta-feira que os bancos gregos serão recapitalizados e ajudados a cobrir as perdas derivadas do perdão através do novo empréstimo da UE e do FMI no valor de 130 bilhões de euros, cujo desembolso deveria ser aprovado nos próximos dias.

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