CONSTRUÇÃO: papéis das construtoras estão em alta com a expectativa da redução dos juros / Alexandre Battibugli/Exame
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 20h04.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.
O governo pretende usar a manhã desta quinta-feira para mostrar que não esqueceu de um dos setores mais afetados pela crise econômica: o de construção civil. Às 10h, o presidente Michel Temer e o presidente da Caixa Econômica, Gilberto Occhi, participam de uma cerimônia para anunciar a retomada do programa de financiamento Construcard. Às 11h30, Occhi se encontra com o ministro das cidades, Bruno Araújo, para o anúncio da retomada da construção de mais de 7.000 unidades do programa Minha Casa Minha Vida que estavam paralisadas. O número total de unidades paradas do programa Minha Casa Minha Vida passam dos 50.000.
Para o Construcard – financiamento voltado para a compra de material de construção, reforma e ampliação de imóvel residencial – a Caixa anunciará uma linha de crédito de 7 bilhões de reais para serem usados até o fim de 2017. O valor é maior até mesmo que o montante atual que esse financiamento tem em caixa (6,9 bilhões de reais) – a linha de crédito tem prazo de pagamento de até 240 meses.
Os anúncios de hoje não devem trazer muito impacto sobre a atividade do setor, mas especialistas acreditam que eles são importantes para sinalizar ao mercado que o governo quer por fim à paralisia. “É preciso começar a fazer anúncios. Não precisa ser retomado tudo de uma vez. O mercado quer números que possam ser cumpridos”, diz Adalberto Cleber Valadão, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Os dados da Confederação Nacional da Indústria divulgados ontem mostram que o setor continua sangrando. O nível de atividade de outubro chegou a 40 pontos, frente a 41,5 pontos em setembro. As expectativas também não avançam. Indicadores abaixo de 50 pontos, segundo a pesquisa, sinalizam pessimismo no setor. Além disso, 1,5 milhão de vagas com carteira assinada foram fechadas nos últimos 12 meses A ver se os anúncios de hoje são capazes de começar a mudar essa história.