Governo Temer define parâmetros na privatização da Eletrobras
ÀS SETE - Já se passaram três semanas desde o anúncio da venda de parte da companhia, mas pouco se sabe sobre como ela ocorrerá
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 06h47.
Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 07h38.
Passado o feriado de sete de setembro, a equipe econômica do governo Michel Temer se concentra na definição dos parâmetros da privatização da companhia de energia Eletrobras . Já se passaram três semanas desde o anúncio da venda de parte da companhia, mas pouco se sabe sobre como ela ocorrerá.
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As incertezas, até aqui, não impediram um ânimo com as ações da empresa. Os papéis ordinários já subiram 39,9% e as preferenciais, 30,6% desde o anúncio.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que a modelagem da Eletrobras “será uma das mais inteligentes de privatização de todas as que o Brasil já fez”.
O governo trabalha para concluir o formato rapidamente, já que a ideia é levar uma Medida Provisória sobre a privatização ao Congresso ainda em setembro e realizar o processo no primeiro semestre do ano que vem.
Uma das definições mais aguardadas é sobre a limitação da fatia máxima que um investidor poderá ter sobre a companhia. Sem ela, os críticos alegam que a gigante brasileira poderia, por exemplo, cair na mão dos chineses — tradicionais investidores do setor elétrico brasileiro. A expectativa é de que o governo estabeleça um limite máximo entre 2% e 5%.
Só isso, entretanto, não deve ser suficiente para garantir que a privatização da companhia seja aprovada. Na semana passada, os governadores dos nove estados do Nordeste enviaram uma carta ao presidente Temer em que criticam a privatização da Eletrobras. Eles questionam o uso de um setor, que dizem ser estratégico, para a União poder minimizar o déficit fiscal do país.
Os chefes dos Executivos estaduais sugerem, entre outras coisas, que a subsidiária Chesf seja excluída do plano de privatização da Eletrobras.
Em participação no EXAME Fórum, na segunda-feira passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que se o objetivo da privatização for cobrir déficits ela será feita “mal e barata”.
Há dúvidas também sobre a viabilidade de listar a Eletrobras no Novo Mercado, segmento de maior governança da bolsa brasileira, e preocupações com o pouco tempo para concretizar o negócio antes das eleições de 2018. Na sexta-feira, as ações subiram mais 3%, à espera de definições sobre o processo. A ver se a segunda-feira traz respostas.