Economia

Gargalo chega ao setor de carga aérea

Áreas de armazenagem, câmaras refrigeradas para produtos especiais e mão de obra suficiente estão em falta nos aeroportos brasileiros

Cargas no Aeroporto de Viracopos: área de importação trabalha com 140% da capacidade, segundo pesquisa. (.)

Cargas no Aeroporto de Viracopos: área de importação trabalha com 140% da capacidade, segundo pesquisa. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - Depois do estrangulamento do setor portuário, agora é a vez de os aeroportos sentirem os efeitos da falta de infraestrutura para o transporte de cargas. Os problemas são iguais aos dos portos: faltam áreas de armazenagem, instalações (câmaras refrigeradas) para produtos especiais e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais.

O resultado tem sido a ampliação do tempo de desembaraço dos produtos importados. Há casos em que a mercadoria demora mais para ser liberada em território nacional do que para sair do país de origem, como a China, e chegar ao Brasil. "Esse problema prejudica não só o transporte aéreo, mas também a indústria, que perde velocidade na produção", afirma Allemander Pereira, consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).

Representantes do setor industrial temem que o problema se agrave ainda mais neste semestre, quando é esperado um aumento nas importações para atender ao Dia da Criança e ao Natal. A luz amarela já acendeu em aeroportos como os de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, Confins, em Belo Horizonte, Salvador e Manaus.

Os primeiros sinais de estrangulamento surgiram em 2008, antes da crise mundial. Na época, alguns terminais já estavam operando acima da capacidade, conforme estudo feito pela McKinsey&Company a pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O trabalho mostrou que, na área de importação, Viracopos trabalhava com 140% da capacidade. Em exportação, Confins atingiu 130% e Salvador, 113%. Guarulhos estava em nível bastante elevado, de 84% (importação) e 78% (exportação).

Com o arrefecimento da economia, os aeroportos passaram bem pelo ano de 2009. Mas o alívio durou pouco. Desde o início do ano, o volume de importações, que cresceu 41,5% até maio, tornou visível a fragilidade do transporte aéreo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leia mais notícias relacionadas à infraestrutura

Acompanhe tudo sobre:AeroportosAmérica LatinaDados de BrasilInfraestruturaSetor de transporteTransportes

Mais de Economia

Nova Bolsa de Valores é lançada no Rio e deve operar até 2025

Haddad quer concluir PL de dívidas dos estados antes do recesso

Plano Real, 30 anos: Roberto Campos Neto e a luta por uma âncora fiscal de longo prazo

Enchentes no RS afetam indústria e produção nacional recua 0,9% em maio, aponta IBGE

Mais na Exame