Economia

G20 vê crescimento mundial modesto para 2020 e 2021

Grupo das vinte maiores economias do mundo também prometeu monitorar efeitos do coronavírus

Os ministros das Finanças e os chefes de bancos centrais do Grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) assistiram a uma apresentação do Fundo Monetário Internacional (Reuters/Reuters)

Os ministros das Finanças e os chefes de bancos centrais do Grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) assistiram a uma apresentação do Fundo Monetário Internacional (Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 13h52.

Riad - Os líderes financeiros das 20 maiores economias do mundo esperam um crescimento modesto neste ano e no próximo graças à política monetária frouxa e à diminuição das tensões comerciais, e prometeram monitorar os efeitos do surto de coronavírus.

Os ministros das Finanças e os chefes de bancos centrais do Grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) assistiram a uma apresentação sóbria do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma redução de 0,1 ponto percentual do crescimento global causada pela epidemia de coronavírus.

"O crescimento global deve ser modesto em 2020 e 2021. A recuperação é apoiada pela continuidade de condições financeiras acomodativas e por alguns sinais de redução das tensões comerciais", afirmou o comunicado dos líderes financeiros. "Aprimoraremos o monitoramento global de riscos, incluindo o recente surto de COVID-19. Estamos prontos para tomar medidas adicionais para lidar com esses riscos".

Enquanto os delegados encerravam sua reunião, o presidente chinês Xi Jinping foi citado como tendo dito que Pequim intensificaria os ajustes políticos para ajudar a amortecer o golpe na economia causado pelo surto.

"O surto de nova pneumonia por coronavírus terá inevitavelmente um impacto relativamente grande na economia e na sociedade", disse Xi, acrescentando que o impacto seria de curto prazo e controlável.

A China esteve representada na reunião do G20 por seu embaixador na Arábia Saudita, pois as autoridades de alto escalão permaneceram afastadas devido à crescente crise sobre o vírus.

"Discutimos o surto de coronavírus na China e em outros países e todos os países do G20 concordaram coletivamente em estar prontos para intervir com as políticas necessárias", disse o ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammed al-Jadaan, em entrevista coletiva.

A epidemia, originária da China, se espalhou para quase 30 países e territórios.

A Coréia do Sul elevou o alerta de doenças infecciosas para o nível mais alto no domingo, enquanto um terceiro passageiro de um navio de cruzeiro infectado por vírus no Japão morreu.

"No cenário atual, as políticas anunciadas são implementadas e a economia da China retornará ao normal no segundo trimestre. Como resultado, o impacto na economia mundial seria relativamente menor e de curta duração", disse Kristalina Georgieva, diretora administrativa do FMI no sábado.

"Mas também estamos analisando cenários mais difíceis, onde a propagação do vírus continua por mais tempo e globalmente, e as conseqüências do crescimento são mais prolongadas", acrescentou.

Os ministros e banqueiros centrais também incentivaram o trabalho adicional da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre regras globais para tributar gigantes digitais como Google, Amazon e Facebook.

A OCDE, o think tank do G20, deve preparar análises técnicas até julho sobre as possibilidades que permitiriam aos governos tributar empresas digitais onde elas fazem negócios, em vez de onde estão registradas para fins fiscais.

Um acordo final sobre as regras globais deve estar pronto até o final deste ano para evitar a proliferação de diferentes regimes fiscais digitais em todo o mundo.

A chave do acordo é a cooperação dos Estados Unidos, que vem impedindo o progresso, sem ter certeza do impacto político do acordo em um ano de eleições presidenciais.

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