Economia

G20 se compromete a não adotar desvalorizações cambiais

O esforço do grupo para evitar guerras cambiais ocorre após a desvalorização do yuan


	Líderes reunidos durante G20
 (Reuters)

Líderes reunidos durante G20 (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2015 às 17h18.

Ancara - Representantes das maiores economias do mundo se comprometeram neste sábado a não recorrer a desvalorizações cambiais competitivas em reação à desaceleração da economia chinesa.

A decisão é resultado da reunião de dois dias dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais dos países do G20 na Turquia.

O esforço do grupo para evitar guerras cambiais ocorre após a desvalorização do yuan no mês passado e em meio a um cenário de crescimento mais lento da China, maior volatilidade no mercado e preocupações com um possível aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.

As lideranças políticas presentes em Ancara também prometeram melhorar a transparência e reduzir incertezas por meio de comunicados claros sobre suas principais decisões políticas.

"Vamos nos abster de desvalorizações competitivas e fugir de todas as formas de protecionismo," afirmou o grupo em comunicado no final da reunião. "Continuaremos acompanhando a situação, avaliando as repercussões e lidando com os riscos a fim de promover a confiança e a estabilidade financeira".

As lideranças presentes disseram ainda que o crescimento global está aquém das expectativas do G20, ainda que algumas economias estejam se fortalecendo. Os países-membros do grupo se comprometeram a "tomar medidas decisivas" para apoiar o crescimento econômico global.

Alguns países desenvolvidos, cujas economias vêm se recuperando, poderão elevar as taxas de juros acima de seus níveis históricos, segundo o comunicado, já que os bancos centrais do Reino Unido e dos Estados Unidos se preparam para estabilizar suas políticas monetárias.

As lideranças salientaram, porém, que a flexibilização monetária por si só não será capaz de reconduzir o mundo a um caminho de crescimento sustentável e equilibrado. Por isso, apelaram a todos os membros para implementar reformas estruturais em seus países.

O primeiro ministro da Turquia, Cevdet Yilmaz, declarou a jornalistas no final da

reunião que os membros do grupo foram tranquilizados com a perspectiva de que a China continuará crescendo em torno de 7% ao ano. "Há uma visão geral de que o crescimento vai se manter em cerca de 7%. Isso vai apaziguar as preocupações", disse Yilmaz.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), no entanto, afirmou em comunicado que acredita que os riscos para o crescimento aumentaram. "Especialmente para as economias emergentes", afirmou Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI. "O crescimento ainda é muito moderado e desigual. A única coisa que é muito alta é o desemprego", complementou.

Já o ministro de finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou que mesmo um abrandamento esperado na economia global não é razão para grande nervosismo. "Não somente a China, como a economia mundial, é resistente o suficiente".

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