Economia

Furnas abre PDV e calcula demitir mais de 1.200 funcionários

O processo deve ser iniciado após o enceramento da discussão do acordo coletivo em andamento. Nos anos 1990, a estatal contava com 10 mil empregados

Furnas: Estatal quer enxugar quadro de funcionários (Arquivo/Agência Brasil)

Furnas: Estatal quer enxugar quadro de funcionários (Arquivo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de julho de 2019 às 19h06.

Última atualização em 30 de julho de 2019 às 19h07.

A estatal Furnas Centrais Elétricas pretende lançar um programa de demissão voluntária (PDV) para reduzir o quadro de funcionários de 4 mil, com mil terceirizados, para 2.751. Ainda não há data marcada para o lançamento do plano.

O presidente da empresa, Luiz Carlos Ciocchi, disse hoje (30), em conversa com jornalistas, que o número foi definido pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), vinculada ao Ministério da Economia.

“Os planos de demissão consensuada dependem da Eletrobrás, que procura fazer isso de uma forma uniforme e ao mesmo tempo em todas as empresas. Esse número vem decrescendo a taxas significativas. É difícil. Mas temos o direcionamento de que não podemos comprometer nossas operações.”

Ciocchi destacou que não há exigência da Eletrobrás para que ocorra a redução de funcionários. Ele disse que se trata de um processo que vem sendo perseguido desde 2015, com os PDVs, de forma que se consiga “equilibrar as responsabilidades da empresa com o contingente de pessoal”.

O processo do novo PDV deve ser iniciado após o enceramento da discussão do acordo coletivo dos funcionários, que está em andamento, segundo informou. O quadro de pessoal de Furnas chegou a 10 mil pessoas, sendo 6 mil na sede, em Botafogo, por volta de 1990. Desde 2015, o número caiu de um total de 6 mil funcionários para os 4 mil atuais.

Sede

Ciocchi confirmou que a empresa vai mudar a sede de lugar, deixando o local onde está há 48 anos, na Rua Real Grandeza, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, para outro no centro da cidade, na Avenida Graça Aranha. Furnas ocupará um prédio de 20 andares que pertence à companhia Vale.

“Todo mundo quer um prédio para chamar de seu. Quando felizmente encontramos esse prédio, muito bem conceituado, com reputação elevadíssima no Rio de Janeiro, a resistência diminuiu muito.

Pensando logicamente, 80% da nossa população aqui de Furnas mora na zona norte, na Baixada Fluminense e do outro lado da ponte [Rio-Niterói]. Essas pessoas vão economizar de 30 a 40 minutos por dia em cada trecho. Estarão em um lugar muito bem servido de transporte público de toda espécie.”

O presidente da empresa ressaltou que o compromisso com o prédio da Vale é de dez anos e a economia gerada pela mudança será de R$30 milhões por ano. A transferência da sede está prevista para o primeiro trimestre do ano que vem.

Prestação de serviços

Segundo Ciocchi, no processo de busca de novas fontes de renda para a empresa, foram feitos dois contratos de consultoria para que seja analisado o potencial de Furnas, para oferecer serviços ao mercado de forma a aproveitar “a capacidade técnica da nossa estrutura”.

“Temos um potencial enorme, uma competência maravilhosa, doutores que desenvolvem atividades acadêmicas, são especialistas respeitados no mercado e a gente precisa, de alguma forma, criar um canal para que isso se transforme em um negócio. Temos uma infraestrutura que precisa ser redescoberta pelo mercado”, afirmou.

A Gerência de Serviços e Suporte Tecnológico de Furnas faz trabalhos nas áreas de engenharia civil, engenharia hidráulica e suporte tecnológico, como mecânica dos solos, mecânica de rochas, estudos em modelos físicos, tridimensionais e bidimensionais, estudos hidráulicos, eólicos e solares. Segundo o presidente, a comercialização de serviços já ocorre, mas a receita ainda é insipiente.

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