Economia

França e Espanha defendem aplicação rápida de acordos

Os ministros das Finanças dos dois países concordaram que as elevadas taxas de juros nos mercados "não refletem os fundamentos da economia espanhola"

Luis de Guindos: enquanto os dois se reuniam, o presidente francês, François Hollande, insistiu na necessidade de uma aplicação "rápida e firme" de acordos (Pedro Armestre/AFP)

Luis de Guindos: enquanto os dois se reuniam, o presidente francês, François Hollande, insistiu na necessidade de uma aplicação "rápida e firme" de acordos (Pedro Armestre/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2012 às 13h23.

Paris - A França anunciou nesta quarta-feira seu apoio à rápida aplicação dos acordos do Conselho Europeu de junho e considerou que as altas taxas de juros dos bônus espanhóis não refletem os fundamentos da economia do país.

Os ministros de Economia da Espanha, Luis de Guindos, e de Finanças da França, Pierre Moscovici, saíram em defesa da economia espanhola em uma declaração conjunta divulgada após o encontro entre os dois realizado hoje em Paris.

Os dois concordaram que as elevadas taxas de juros nos mercados "não refletem os fundamentos da economia espanhola, seu potencial de crescimento e a sustentabilidade de sua dívida pública".

Ambos os ministros defenderam uma rápida aplicação do programa de ajuda aos bancos espanhóis estipulado há uma semana e que "é essencial para restaurar a confiança e as condições para o crescimento" do país ibérico.

De Guindos e Moscovici debateram "a situação na zona do euro" e concordaram que o resgate financeiro para a recapitalização da Espanha e de suas instituições financeiras é um passo fundamental para restaurar a confiança no sistema financeiro do país.

O encontro dos dois ocorreu depois da reunião de ontem entre De Guindos e o ministro da Economia alemão, Wolfgang Schäuble.

Hoje, Moscovici e De Guindos frisaram em sua declaração que a assistência financeira estipulada para a Espanha por seus parceiros da União Europeia (UE) é importante para "reforçar a estabilidade financeira da zona do euro".

O comunicado acrescenta que a "recapitalização das instituições financeiras, acompanhada de um plano de reestruturação em profundidade, permitirá restaurar a confiança e contribuir ao bom funcionamento dos canais de financiamento da economia".

A declaração lembra que "o governo espanhol iniciou, ao mesmo tempo, reformas profundas, em linha com as recomendações do Conselho Europeu, em particular no âmbito da política orçamentária (incluído as comunidades autônomas) e reformas do mercado de trabalho".


Os dois ministros declararam que confiam "plenamente" que a aplicação do programa de assistência financeira "será uma contribuição essencial para que a Espanha volte ao caminho do crescimento sustentável".

Ambos disseram que existe o compromisso dos dois países de "implementar plena e rapidamente as decisões tomadas no Conselho Europeu de 28 e 29 de junho".

Enquanto os dois se reuniam em Paris, o presidente francês, François Hollande, insistiu na necessidade de uma aplicação "rápida e firme" dos acordos alcançados pelo Conselho Europeu na reunião de Bruxelas.

A porta-voz do Governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, explicou que Hollande "relativizou" a decisão da agência Moody"s de colocar sob vigilância a classificação de risco da dívida pública da Alemanha, Holanda e Luxemburgo, cuja perspectiva foi rebaixada de "estável" para "negativa".

O anuncio da agência americana destaca "mais uma vez a necessidade absoluta de pôr em prática rapidamente os compromissos da cúpula europeia", afirmou a porta-voz em referência aos comentários de Hollande feitos na reunião do Conselho de Ministros da França.

De Guindos e Moscovici assinalaram que a "estratégia comum" da Espanha e da França "para a estabilidade da zona do euro inclui a adoção antes do fim de ano de um mecanismo integral de supervisão para os bancos da zona do euro que envolva o Banco Central Europeu".

"Esperamos as propostas da Comissão até setembro e nos comprometemos a uma negociação rápida. Este mecanismo de supervisão abrirá a via de recapitalizações diretas com condicionalidade apropriada", disseram De Guindos e Moscovici. 

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