França corta projeção do PIB de 1,5% para 1,4% neste ano
crescimento mais modesto atrapalha os planos de reeleição do presidente François Hollande, menos de seis meses antes das eleições
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 11h26.
Paris - O governo francês reduziu nesta sexta-feira sua projeção oficial de crescimento, após ataques terroristas e greves afetarem a economia.
A previsão agora é que a economia da França cresça 1,4% neste ano, não 1,5% como antes projetado, informou o Ministério das Finanças em apresentação do orçamento revisado de 2016.
O crescimento mais modesto atrapalha os planos do presidente François Hollande, menos de seis meses antes das eleições.
O líder socialista disse que não concorrerá a reeleição se fracassar em sua meta de levar o desemprego a uma trajetória de queda até o fim deste ano, mas os dados mais recentes mostram que a taxa de desemprego subiu a 10% no terceiro trimestre.
Hollande também se comprometeu a levar o déficit para abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, mas o conselho fiscal independente do país disse que não está claro se essa meta será atingida.
Pesquisas de opinião já mostram Hollande com pouca chance de vencer a eleição presidencial no próximo ano, caso decida concorrer contra a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, e também contra qualquer um dos prováveis candidatos vistos como favoritos na centro-direita, nas primárias de 27 de novembro.
Apesar do crescimento mais fraco no segundo semestre, o Ministério das Finanças disse que o governo mantém a meta de crescimento de 1,5% para 2017 e seu compromisso de reduzir o déficit para 2,7% do PIB no próximo ano, de 3,3% no atual.
O conselho fiscal independente disse nesta sexta-feira que se mantém cético, já que a maioria das organizações internacionais e os economistas privados espera que o crescimento econômico do país fique abaixo de 1,5% no próximo ano.
O conselho disse que mantém sua avaliação de setembro, quando afirmou que é "improvável" que a meta de déficit de 2,7% do PIB seja cumprida e também que é "incerta" que ela fique abaixo de 3% do PIB.