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Davos se encerra com ligeiro otimismo e debate sobre futuro

Elites políticas e financeiras concordaram que há luz no final do túnel da crise, que começou em 2008, mas não chegaram a um consenso sobre qual é a solução

Christine Lagarde, chefe do FMI (REUTERS)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 10h13.

Davos - A cúpula de Davos , organizada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), fechou neste domingo sua 43ª edição com a convicção de que o pior da crise já passou, e com um debate aberto sobre que reformas e políticas monetárias é preciso adotar para evitar uma nova recaída das principais economias.

As elites políticas e financeiras concordaram que há luz no final do túnel da crise, que começou em 2008, mas não chegaram a um consenso sobre qual é a receita que garantirá que a tímida recuperação se consolide.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que espera ver uma recuperação da estagnada economia europeia na segunda metade deste ano.

Draghi afirmou que 2012 foi o momento do relançamento da moeda única europeia, o que atribuiu aos 'progressos extraordinários dos governos na consolidação fiscal e às reformas estruturais'. Draghi destacou que 'pela primeira vez em muitos anos o processo de reiniciar a integração europeia ganhou impulso em 2012'.

O desafio agora, disse, é 'superar a fragmentação que ainda permanece' nos mercados financeiros e nos mercados de capital.

Já o ministro de Economia da Espanha, Luis De Guindos, assegurou que 'a economia espanhola está em condições de voltar a crescer no segundo semestre deste ano', contra as recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A cautela ao otimismo veio da chanceler alemã, Angela Merkel, que insistiu na necessidade das reformas estruturais para garantir o saneamento das economias como base para o crescimento futuro e da criação de emprego.

'Devemos aplicar hoje reformas estruturais para que possamos viver melhor amanhã', disse Merkel, que lembrou que a Alemanha chegou a ter cinco milhões de desempregados em 2003 e teve que adotar medidas impopulares para uma maior flexibilidade e competitividade econômica.

'A competitividade é um tema central para o bem-estar da Europa no futuro', disse a chanceler, que ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu uma nova União Europeia consciente de que o mundo mudou e segue mudando.

Em um esperado discurso, realizado 24 horas após se comprometer a celebrar uma consulta sobre a permanência britânica na União Europeia (UE) se vencer as eleições de 2015, Cameron disse que sua iniciativa não representa dar as costas à Europa, mas torná-la mais forte.

O primeiro-ministro considerou necessário conseguir 'um novo consenso para a Europa, que está perdendo a batalha da competitividade e da inovação'. Cameron disse ainda que é preciso responder à 'insistente pergunta de como competimos com sucesso na corrida econômica global na qual estamos'.

'Estamos ficando atrasados estabelecendo muitas regras para as empresas, acrescentando custos e deixando para trás nossos cidadãos. É algo que temos que enfrentar', afirmou.

Contra o mantra alemão da austeridade e controle do déficit público, voltaram-se a escutar vozes que pedem mais flexibilidade nos prazos para as economias em dificuldades e não descartam uma política monetária mais intervencionista.

Repensar os prazos foi defendido por gente tão diversa como a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o milionário George Soros, que mais uma vez atacou com dureza as políticas do governo alemão nestes últimos anos.

Davos adotou o termo 'Abeconomia' para se referir ao impulso que o governo japonês, do novo primeiro-ministro Shinzo Abe, decidiu dar à intervenção monetária na economia com o objetivo de terminar com a deflação e a estagnação de anos.

O Japão foi bastante comentado pelos participantes, pois a reviravolta que está realizando após anos de defesa lateral da austeridade e das baixos taxas de juros terá o efeito de uma grande onda expansiva.

O assunto que não causou otimismo foram os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indicam que quatro milhões de pessoas ficaram sem emprego em 2012, número que aumentará neste ano para cinco milhões.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, denunciou que enquanto se fala de recuperação econômica, a crise de emprego é mais aguda que nunca e 'as filas do desemprego seguem aumentando'. EFE

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As elites políticas e financeiras concordaram que há luz no final do túnel da crise, que começou em 2008, mas não chegaram a um consenso sobre qual é a receita que garantirá que a tímida recuperação se consolide.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que espera ver uma recuperação da estagnada economia europeia na segunda metade deste ano.

Draghi afirmou que 2012 foi o momento do relançamento da moeda única europeia, o que atribuiu aos 'progressos extraordinários dos governos na consolidação fiscal e às reformas estruturais'. Draghi destacou que 'pela primeira vez em muitos anos o processo de reiniciar a integração europeia ganhou impulso em 2012'.

O desafio agora, disse, é 'superar a fragmentação que ainda permanece' nos mercados financeiros e nos mercados de capital.

Já o ministro de Economia da Espanha, Luis De Guindos, assegurou que 'a economia espanhola está em condições de voltar a crescer no segundo semestre deste ano', contra as recentes previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A cautela ao otimismo veio da chanceler alemã, Angela Merkel, que insistiu na necessidade das reformas estruturais para garantir o saneamento das economias como base para o crescimento futuro e da criação de emprego.

'Devemos aplicar hoje reformas estruturais para que possamos viver melhor amanhã', disse Merkel, que lembrou que a Alemanha chegou a ter cinco milhões de desempregados em 2003 e teve que adotar medidas impopulares para uma maior flexibilidade e competitividade econômica.

'A competitividade é um tema central para o bem-estar da Europa no futuro', disse a chanceler, que ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu uma nova União Europeia consciente de que o mundo mudou e segue mudando.

Em um esperado discurso, realizado 24 horas após se comprometer a celebrar uma consulta sobre a permanência britânica na União Europeia (UE) se vencer as eleições de 2015, Cameron disse que sua iniciativa não representa dar as costas à Europa, mas torná-la mais forte.

O primeiro-ministro considerou necessário conseguir 'um novo consenso para a Europa, que está perdendo a batalha da competitividade e da inovação'. Cameron disse ainda que é preciso responder à 'insistente pergunta de como competimos com sucesso na corrida econômica global na qual estamos'.

'Estamos ficando atrasados estabelecendo muitas regras para as empresas, acrescentando custos e deixando para trás nossos cidadãos. É algo que temos que enfrentar', afirmou.

Contra o mantra alemão da austeridade e controle do déficit público, voltaram-se a escutar vozes que pedem mais flexibilidade nos prazos para as economias em dificuldades e não descartam uma política monetária mais intervencionista.

Repensar os prazos foi defendido por gente tão diversa como a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o milionário George Soros, que mais uma vez atacou com dureza as políticas do governo alemão nestes últimos anos.

Davos adotou o termo 'Abeconomia' para se referir ao impulso que o governo japonês, do novo primeiro-ministro Shinzo Abe, decidiu dar à intervenção monetária na economia com o objetivo de terminar com a deflação e a estagnação de anos.

O Japão foi bastante comentado pelos participantes, pois a reviravolta que está realizando após anos de defesa lateral da austeridade e das baixos taxas de juros terá o efeito de uma grande onda expansiva.

O assunto que não causou otimismo foram os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indicam que quatro milhões de pessoas ficaram sem emprego em 2012, número que aumentará neste ano para cinco milhões.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, denunciou que enquanto se fala de recuperação econômica, a crise de emprego é mais aguda que nunca e 'as filas do desemprego seguem aumentando'. EFE

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