Economia

FMI quer que BCs monitorem mercados com supervisão

Economista-chefe do FMI disse estar preocupado com a possibilidade de países europeus interromperem reformas após sinais de retomada da confiança


	Blanchard: "Se tem uma lição que aprendemos da crise, deveria ser: não é suficiente manter apenas o olho na estabilidade monetária"
 (Thomas Dooley/IMF via Getty Images)

Blanchard: "Se tem uma lição que aprendemos da crise, deveria ser: não é suficiente manter apenas o olho na estabilidade monetária" (Thomas Dooley/IMF via Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 08h23.

Berlim - Os bancos centrais deveriam ser independentes para estabelecer a política monetária, mas deveriam, também, ter como tarefa monitorar, sob supervisão política, a estabilidade do mercado financeiro, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard.

Em entrevista publicada na edição de sexta-feira do jornal Handelsblatt, Blanchard disse que a Alemanha deveria ter um papel mais firme na Europa e que deveria investir mais ao invés de poupar.

"Se tem uma lição que aprendemos da crise, deveria ser: não é suficiente manter apenas o olho na estabilidade monetária.Também temos de olhar para a estabilidade do sistema financeiro", disse Blanchard, segundo a publicação.

"A independência (dos bancos centrais) deveria ser escalonada. A política monetária clássica deve ser mantida independente. O controle dos mercados financeiros pelos bancos centrais, no entanto, deveria ser colocado sob algum tipo de supervisão política." Blanchard voltou a defender a elevação da meta de inflação para 4 por cento, ante os atuais cerca de 2 por cento, afirmando que isso criaria mais espaço para reduzir os juros durante crises. O Banco Central Europeu (BCE) deveria analisar meios para reduzir os custos de crédito para pequenas e médias empresas.

O economista-chefe do FMI disse estar preocupado com a possibilidade de países europeus interromperem reformas após sinais de retomada da confiança e de que o pior já passou na crise de dívida soberana da região.

"Você ouve cada vez mais: 'já fizemos reformas suficientes, agora estamos vendo resultados. Não nos faça mais demandas'.

Isso me preocupa", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:BancosFinançasFMIZona do Euro

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor