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FMI e BM alertam sobre os efeitos da incerteza econômica

Christine Lagarde, lembrou em seu primeiro discurso no encontro que a falta de certeza que afeta várias partes do globo é o fator "mais difícil de analisar"

Christine Lagarde: em qualquer caso, o FMI se comprometeu a continuar fornecendo o maior volume possível de assistência técnica de capacitação (Michael Sohn/Divulgação/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 11h32.

Tóquio - O alto grau de incerteza global e seus efeitos prejudiciais para a atividade econômica e sobre os últimos avanços contra a pobreza centraram nesta quinta-feira os debates na assembleia anual que realizam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) em Tóquio.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, lembrou em seu primeiro discurso no encontro que a falta de certeza que afeta várias partes do globo é o fator "mais difícil de analisar" desta crise, e que dificulta "o investimento, a criação de emprego e a criação de valor econômico" no panorama atual.

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"O eixo no qual é necessário atuar de maneira mais urgente", lembrou a ex-ministra de Finanças francesa, é a eurozona, onde apesar dos últimos progressos para ativar mecanismos de reforma "se necessita que aconteçam mais coisas e mais depressa".

No entanto, o organismo destacou desde o começo das reuniões que a Europa e os Estados Unidos, país que enfrenta a ameaça de um precipício fiscal, já não são os únicos focos de preocupação nesta crise, já que o arrefecimento global começa a afetar as economias emergentes.

Lagarde teve tempo de apontar que o FMI já superou dois dos três "umbrais" necessários para conseguir a reforma do sistema de cotas (que define o poder de voto) estipulado em 2010 para dar mais poder a estes países frente aos industrializados, e que o assunto será também debatido pelos 188 membros em Tóquio.

No que diz respeito aos efeitos da crise nas nações emergentes, Lagarde considerou que a "América Latina está muito bem" para se esquivar do buraco.

Em qualquer caso, o FMI se comprometeu a continuar fornecendo o maior volume possível de assistência técnica de capacitação, especialmente para aqueles países (muitos deles na região latino-americana) que expandiram e consolidado suas instituições financeiras ou o estão fazendo.


No marco do encontro de Tóquio, o governador do Banco da Colômbia, José Darío Uribe, defendeu o "bom comportamento" perante a crise da região, onde se armou um ambiente composto por uma "política fiscal saudável" e redução de dívida.

No entanto, e em sintonia com as advertências do FMI, Uribe avisou que ninguém na América Latina pode "se isolar" dos efeitos desta crise.

O organismo indicou recentemente que os fluxos de capital para a região se mantêm "estáveis" e as condições de financiamento são favoráveis, mas também apontou que a desaceleração chinesa ou a transmissão para a economia das políticas de relaxamento monetária do Brasil tiveram um efeito destacável.

O presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, também discursou hoje pela primeira vez nas reuniões para advertir da "preocupante" instabilidade nos preços dos alimentos que afetam tanto países da América Latina como de outras economia do planeta.

Além de uma melhor resposta para enfrentar as altas súbitas nos preços, a prioridade do BM, disse, é conseguir que os países em situações de emergência alimentar tenham recursos disponíveis, e assegurar a criação de um plano a longo prazo que assegure a sustentabilidade agrícola.

Em termos gerais, Kim expressou a necessidade de proteger "o crescimento conseguido nos últimos cinco anos nos países em desenvolvimento na América Latina, África e Ásia", apesar do panorama macroeconômico.

"Apesar da crise, investir em desenvolvimento é fundamental para o bem do mundo", insistiu Kim, que no entanto, contará com menos recursos que seu antecessor, Robert Zoellick, para impulsionar o desenvolvimento, já que os fundos do BM, ao contrário que os do FMI, não foram ampliados.

"Apesar disso, continuamos pensando que podemos proceder rapidamente. Aplicamos medidas de emergência para países em crise", lembrou o americano, defendendo "fazer as coisas de maneira mais eficiente" enquanto durar esta situação.

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