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Crescimento persistirá aquém do potencial em 2014, diz FMI

Na semana que vem, o FMI divulga suas projeções econômicas para diversos países, incluindo o Brasil

Christine Lagarde: diretora-gerente do FMI começou discurso destacando que 2014 marca sétimo ano do início da crise financeira mundial de 2008 e que efeitos ainda persistem (SeongJoon Cho/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 16h42.

Nova York - "O otimismo está no ar", afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), Christine Lagarde,nesta quarta-feira em Washington durante seu primeiro pronunciamento de 2014 sobre a economia mundial.

Na semana que vem, o FMI divulga suas projeções econômicas para diversos países, incluindo o Brasil, por isso Lagarde frisou que não falaria hoje de números, mas de tendências. A expectativa é que 2014 seja um ano de maior força para a economia global, puxado sobretudo pelos países desenvolvidos, mas com os países ainda crescendo abaixo do potencial, estimado em 4%.

A diretora-gerente do FMI começou seu discurso destacando que 2014 marca o sétimo ano do início da crise financeira mundial de 2008 e que os efeitos ainda persistem na economia mundial.

Na sua visão, 2014 pode marcar um período de transição, em que os "sete anos fracos" da economia no pós-crise ficaram para trás e agora os países podem experimentar "sete anos fortes".

Esta mudança, porém, não vai ocorrer sozinha. "Ainda precisa um esforço substancial e sustentado de política econômica", disse ela, destacando que o mundo ainda tem 200 milhões de desempregados e que coordenação de políticas é essencial neste momento.

"O crescimento é baixo, muito frágil e muito desigual", disse ela. Além disso, mesmo para os países desenvolvidos, riscos importantes rondam uma recuperação maior. Um deles é o perigo "crescente de deflação", com os índices de preços bem abaixo da meta dos bancos centrais. Lagarde não citou nomes, mas este é o caso dos Estados Unidos e de países da zona do euro.

A mudança na política monetária nos Estados Unidos também envolve riscos, afirmou Lagarde. "Até agora, a reação dos mercados tem sido calma, o que é uma boa notícia, mas ainda podem haver águas turbulentas à frente", afirmou. Por isso, frisou, a retirada destes estímulos precisa ser balanceada e bem calibrada.

O foco dos países, avalia Lagarde, precisa ser em políticas para estimular o crescimento sustentado e a geração de empregos. A diretora voltou a frisar que a economia global conseguiu evitar uma "catástrofe" pós-crise financeira, sobretudo via políticas de estímulo dos bancos centrais. "Agora que a economia parece mais estável, o esforço maior é fortalecer a ainda frágil recuperação e torná-la sustentável."

Nos países desenvolvidos, Lagarde alertou para o fato de que os BCs só devem retirar os estímulos monetários quando sentirem que a recuperação econômica é sustentável. Além disso, é preciso colocar reformas estruturais em prática. Para os emergentes, a dirigente do FMI destacou que muitas economias estão desacelerando o ritmo de expansão, depois de responderem por dois terços do crescimento mundial pós-crise.

Com relação aos EUA, Lagarde disse que o crescimento está se acelerando, puxado pela demanda interna e em 2014 o estresse pelo lado fiscal deve ser menor. Ela alertou para o risco de retirada "prematura" dos estímulos monetários e ainda para a necessidade de o governo resolver a questão do teto da dívida pública, que precisa ser elevado novamente em fevereiro.

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Nova York - "O otimismo está no ar", afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), Christine Lagarde,nesta quarta-feira em Washington durante seu primeiro pronunciamento de 2014 sobre a economia mundial.

Na semana que vem, o FMI divulga suas projeções econômicas para diversos países, incluindo o Brasil, por isso Lagarde frisou que não falaria hoje de números, mas de tendências. A expectativa é que 2014 seja um ano de maior força para a economia global, puxado sobretudo pelos países desenvolvidos, mas com os países ainda crescendo abaixo do potencial, estimado em 4%.

A diretora-gerente do FMI começou seu discurso destacando que 2014 marca o sétimo ano do início da crise financeira mundial de 2008 e que os efeitos ainda persistem na economia mundial.

Na sua visão, 2014 pode marcar um período de transição, em que os "sete anos fracos" da economia no pós-crise ficaram para trás e agora os países podem experimentar "sete anos fortes".

Esta mudança, porém, não vai ocorrer sozinha. "Ainda precisa um esforço substancial e sustentado de política econômica", disse ela, destacando que o mundo ainda tem 200 milhões de desempregados e que coordenação de políticas é essencial neste momento.

"O crescimento é baixo, muito frágil e muito desigual", disse ela. Além disso, mesmo para os países desenvolvidos, riscos importantes rondam uma recuperação maior. Um deles é o perigo "crescente de deflação", com os índices de preços bem abaixo da meta dos bancos centrais. Lagarde não citou nomes, mas este é o caso dos Estados Unidos e de países da zona do euro.

A mudança na política monetária nos Estados Unidos também envolve riscos, afirmou Lagarde. "Até agora, a reação dos mercados tem sido calma, o que é uma boa notícia, mas ainda podem haver águas turbulentas à frente", afirmou. Por isso, frisou, a retirada destes estímulos precisa ser balanceada e bem calibrada.

O foco dos países, avalia Lagarde, precisa ser em políticas para estimular o crescimento sustentado e a geração de empregos. A diretora voltou a frisar que a economia global conseguiu evitar uma "catástrofe" pós-crise financeira, sobretudo via políticas de estímulo dos bancos centrais. "Agora que a economia parece mais estável, o esforço maior é fortalecer a ainda frágil recuperação e torná-la sustentável."

Nos países desenvolvidos, Lagarde alertou para o fato de que os BCs só devem retirar os estímulos monetários quando sentirem que a recuperação econômica é sustentável. Além disso, é preciso colocar reformas estruturais em prática. Para os emergentes, a dirigente do FMI destacou que muitas economias estão desacelerando o ritmo de expansão, depois de responderem por dois terços do crescimento mundial pós-crise.

Com relação aos EUA, Lagarde disse que o crescimento está se acelerando, puxado pela demanda interna e em 2014 o estresse pelo lado fiscal deve ser menor. Ela alertou para o risco de retirada "prematura" dos estímulos monetários e ainda para a necessidade de o governo resolver a questão do teto da dívida pública, que precisa ser elevado novamente em fevereiro.

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