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FMI ainda vê Brasil crescendo pouco

O crescimento de 0,5% projetado para o próximo ano dependerá do avanço no controle dos gastos federais e do andamento da reforma da Previdência

Projeção do FMI: alta de 0,5% do PIB em 2017 depende do controle dos gastos federais e da reforma da Previdência (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2016 às 12h56.

Washington - O risco imediato para a economia brasileira está relacionado à execução do ajuste das contas públicas, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) sobre as Américas.

O crescimento de 0,5% projetado para o próximo ano dependerá do avanço no controle dos gastos federais e do andamento da reforma da Previdência , explicou o economista e diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, numa entrevista coletiva.

O cenário, segundo ele, inclui aprovação tanto da emenda constitucional do teto das despesas quanto da proposta de reforma previdenciária.

A referência às novas políticas havia aparecido, de modo mais sumário, no relatório sobre a economia mundial divulgado no começo da semana. A confiança de empresários e investidores, segundo a análise publicada pelo Fundo, será muito dependente das ações de ajuste.

Elemento muito importante, a confiança foi "gravemente" afetada pela crise política e por seus efeitos na política econômica, de acordo com o relatório liberado ontem.

"Os esforços realizados entre 2011 e 2014 para impulsionar a atividade, sem sanar as deficiências estruturais, foram contraproducentes, contribuindo para a grave deterioração da posição fiscal, o aumento da inflação, a erosão financeira das empresas e a piora das perspectivas de crescimento", escreveram os autores do documento. O resultado foi a "recessão mais profunda em décadas".

Alguns sinais indicam o fim da recessão, mas "continua incerta a implementação de reformas orientadas para cuidar dos problemas estruturais, como os do âmbito fiscal, e para restabelecer de maneira duradoura a credibilidade da política econômica e o crescimento". Os sinais positivos indicam a lenta diminuição dos efeitos da "investigação por corrupção na Petrobrás". Isso deve ajudar, de acordo com os técnicos, a recuperação do investimento e o retorno gradual a taxas trimestrais positivas de crescimento no segundo semestre deste ano.

Com crescimento estimado de 3,3% neste ano e 0,5% no próximo, o Brasil aparece no relatório como um dos países latino-americano com pior desempenho.

Só a Venezuela está em pior posição, com retração econômica de 10% em 2016 e de 4,5% em 2017, com a inflação de centenas de pontos e amplo desarranjo de todo o sistema produtivo. O fraco desempenho argentino previsto para este ano é apontado como efeito passageiro dos ajustes iniciados pelo novo governo.

Déficit

Quase toda a América Latina se enfraqueceu nos últimos dois anos, mas vários países continuam bem mais equilibrados que o Brasil e com boas perspectivas de retomada nos próximos anos, ajudada pela recuperação de preços das matérias-primas.

Uma das desvantagens brasileiras, neste momento, é falta de espaço, nas políticas oficiais, para medidas de estímulo econômico. Mesmo com aperto, o alcance da meta fiscal do próximo ano, um déficit primário equivalente a 1,6% do PIB, é descrito como difícil.

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Washington - O risco imediato para a economia brasileira está relacionado à execução do ajuste das contas públicas, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) sobre as Américas.

O crescimento de 0,5% projetado para o próximo ano dependerá do avanço no controle dos gastos federais e do andamento da reforma da Previdência , explicou o economista e diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, numa entrevista coletiva.

O cenário, segundo ele, inclui aprovação tanto da emenda constitucional do teto das despesas quanto da proposta de reforma previdenciária.

A referência às novas políticas havia aparecido, de modo mais sumário, no relatório sobre a economia mundial divulgado no começo da semana. A confiança de empresários e investidores, segundo a análise publicada pelo Fundo, será muito dependente das ações de ajuste.

Elemento muito importante, a confiança foi "gravemente" afetada pela crise política e por seus efeitos na política econômica, de acordo com o relatório liberado ontem.

"Os esforços realizados entre 2011 e 2014 para impulsionar a atividade, sem sanar as deficiências estruturais, foram contraproducentes, contribuindo para a grave deterioração da posição fiscal, o aumento da inflação, a erosão financeira das empresas e a piora das perspectivas de crescimento", escreveram os autores do documento. O resultado foi a "recessão mais profunda em décadas".

Alguns sinais indicam o fim da recessão, mas "continua incerta a implementação de reformas orientadas para cuidar dos problemas estruturais, como os do âmbito fiscal, e para restabelecer de maneira duradoura a credibilidade da política econômica e o crescimento". Os sinais positivos indicam a lenta diminuição dos efeitos da "investigação por corrupção na Petrobrás". Isso deve ajudar, de acordo com os técnicos, a recuperação do investimento e o retorno gradual a taxas trimestrais positivas de crescimento no segundo semestre deste ano.

Com crescimento estimado de 3,3% neste ano e 0,5% no próximo, o Brasil aparece no relatório como um dos países latino-americano com pior desempenho.

Só a Venezuela está em pior posição, com retração econômica de 10% em 2016 e de 4,5% em 2017, com a inflação de centenas de pontos e amplo desarranjo de todo o sistema produtivo. O fraco desempenho argentino previsto para este ano é apontado como efeito passageiro dos ajustes iniciados pelo novo governo.

Déficit

Quase toda a América Latina se enfraqueceu nos últimos dois anos, mas vários países continuam bem mais equilibrados que o Brasil e com boas perspectivas de retomada nos próximos anos, ajudada pela recuperação de preços das matérias-primas.

Uma das desvantagens brasileiras, neste momento, é falta de espaço, nas políticas oficiais, para medidas de estímulo econômico. Mesmo com aperto, o alcance da meta fiscal do próximo ano, um déficit primário equivalente a 1,6% do PIB, é descrito como difícil.

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