Economia

Fitch: melhora de nota do Brasil depende da aprovação de reformas

Nota do país, fixada em BB-, pode ser revista se o novo governo aprovar reformas no Congresso, principalmente a da Previdência

Agência Fitch: sinalização de redução dos gastos também pode interferir na decisão de alterar a nota (Brendan McDermid/Reuters)

Agência Fitch: sinalização de redução dos gastos também pode interferir na decisão de alterar a nota (Brendan McDermid/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 15h25.

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 15h25.

Rio - A agência de classificação de risco Fitch Rating poderá rever a nota brasileira, fixada em BB- em fevereiro deste ano, caso o novo governo consiga aprovar reformas no Congresso, principalmente a da Previdência. A definição da nota, no entanto, não dependerá exclusivamente da aprovação, mas do modelo de reforma que sair da discussão entre os parlamentares.

"Em havendo a passagem das reformas, olharemos no que essas reformas impactam na trajetória fiscal do Brasil no longo prazo. Nossa preocupação é com a sustentabilidade da dívida no médio e longo prazos", afirmou o presidente da agência no Brasil, Rafael Guedes, após participar de evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.

Segundo Guedes, a reforma da Previdência é a mais importante, mas outras, como a tributária, também são importantes. Para mexer na nota do Brasil e sinalizar ao investidor de que o cenário de aposta no país melhorou, "dependerá de qual reforma da Previdência será aprovada", acrescentou ele. O modelo de capitalização, por exemplo, possui um custo muito alto para as contas públicas num momento em que, em sua opinião, o Brasil não teria como arcar. "Teria que ter uma série de ajuste para abrir espaço fiscal", afirmou.

A sinalização de redução dos gastos pode interferir na decisão, segundo Guedes. "Havendo uma inflexão e tão mais rápido seja a queda do endividamento, os analistas podem se sentir confortáveis a dar uma boa notícia de aumento da nota do Brasil", acrescentou.

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