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IPC deve desacelerar em junho, diz Salomão Quadros

Coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, afirmou ser provável haver taxa mais baixa do que a de 0,68% do IPC dentro do IGP-M

Trigo: para Quadros, no IPC, grupo Alimentação vai captar alívio de preços agropecuários no atacado (Menahem Kahana/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 15h24.

São Paulo - Enquanto os preços no atacado devem acelerar no mês de junho, a inflação ao consumidor deve ser mais branda, na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Em entrevista na manhã desta quinta-feira, 29, para comentar o Índice Geral de Preços - Mercado ( IGP-M ) de maio, de -0,13%, Quadros afirmou ser muito provável haver uma taxa mais baixa do que a de 0,68% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dentro do IGP-M, dada a expectativa de alívio em vários grupos que compõem o indicador, com destaque para Alimentação.

"A queda que vimos no IPA (de 0,65% em maio) vai chegar com mais força ao IPC, mas não necessariamente em forma de deflação, pode ser somente uma desaceleração das altas", disse.

Dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o IPA Agropecuário caiu 0,68% em maio e o IPA Industrial cedeu 0,64%.

Segundo Quadros, no IPC, o grupo Alimentação, que desacelerou de 1,62% em abril para 0,81% em maio, ainda "tem gordura" e vai captar o alívio dos preços agropecuários no atacado, já que há uma defasagem na transmissão do atacado para o varejo.

Entre os exemplos, o economista citou que o trigo desacelerou a alta de 5,46% para 1,22% entre abril e maio deve pesar favoravelmente na desaceleração da alta do pão francês, que subiu 1,52% em maio.

A expectativa também é de alívio para os in natura. Hortaliças e Legumes avançaram 1,26% em maio, mas no ano ainda têm alta acumulada de 34%.

"Os in natura ainda têm caminho de devolução e os alimentos processados estão desacelerando gradativamente", disse.

Outros grupos que devem ajudar a baixar a inflação ao consumidor em junho são Habitação e Saúde e Cuidados Pessoais, que subiram, em maio 0,72% e 1,16%, respectivamente.

Com relação ao primeiro, Quadros afirmou que houve forte pressão das tarifas de energia elétrica - a tarifa de eletricidade residencial avançou 3,20% e foi a principal influência de alta do IPC -, que "deve dar uma trégua em junho".

"Porém, em julho esse item volta a pressionar com a previsão do reajuste nas tarifas de energia em São Paulo", comentou.

A expectativa de alívio em Saúde tem por base a saída gradual do impacto do reajuste dos preços de medicamentos, que subiram 2,05% em maio.

"Haverá apenas um resquício para junho", disse. Por fim, outro grupo que deve contribuir para uma inflação mais amena é Vestuário, passado o período da entrada da nova coleção da moda. Esta classe de despesa passou de 1,09% em abril para 0,49% em maio.

A grande incógnita, segundo Quadros, tem sido os preços de passagens aéreas, difíceis de prever, dada a expressiva volatilidade nos últimos meses.

"É muito errático. Está mais fácil prever o comportamento do tomate", brincou. Em maio, o item registrou queda de 1,24%, mas ainda sobe 25,77% em 12 meses.

"No médio prazo, podemos dizer que passagem aérea está pressionada pelos preços do querosene de aviação, que avançaram 19,52% em 12 meses até maio", disse.

A médio prazo, contudo, a percepção de Quadros não é muito otimista para a inflação ao consumidor.

"A inflação de serviços não vai cair e haverá correção de preços administrados. São ao menos dois fatores que colocarão a inflação numa dinâmica de alta gradativa. Não deveremos repetir a fase de IPCs baixos do segundo semestre de 2013" disse.

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São Paulo - Enquanto os preços no atacado devem acelerar no mês de junho, a inflação ao consumidor deve ser mais branda, na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Em entrevista na manhã desta quinta-feira, 29, para comentar o Índice Geral de Preços - Mercado ( IGP-M ) de maio, de -0,13%, Quadros afirmou ser muito provável haver uma taxa mais baixa do que a de 0,68% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dentro do IGP-M, dada a expectativa de alívio em vários grupos que compõem o indicador, com destaque para Alimentação.

"A queda que vimos no IPA (de 0,65% em maio) vai chegar com mais força ao IPC, mas não necessariamente em forma de deflação, pode ser somente uma desaceleração das altas", disse.

Dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o IPA Agropecuário caiu 0,68% em maio e o IPA Industrial cedeu 0,64%.

Segundo Quadros, no IPC, o grupo Alimentação, que desacelerou de 1,62% em abril para 0,81% em maio, ainda "tem gordura" e vai captar o alívio dos preços agropecuários no atacado, já que há uma defasagem na transmissão do atacado para o varejo.

Entre os exemplos, o economista citou que o trigo desacelerou a alta de 5,46% para 1,22% entre abril e maio deve pesar favoravelmente na desaceleração da alta do pão francês, que subiu 1,52% em maio.

A expectativa também é de alívio para os in natura. Hortaliças e Legumes avançaram 1,26% em maio, mas no ano ainda têm alta acumulada de 34%.

"Os in natura ainda têm caminho de devolução e os alimentos processados estão desacelerando gradativamente", disse.

Outros grupos que devem ajudar a baixar a inflação ao consumidor em junho são Habitação e Saúde e Cuidados Pessoais, que subiram, em maio 0,72% e 1,16%, respectivamente.

Com relação ao primeiro, Quadros afirmou que houve forte pressão das tarifas de energia elétrica - a tarifa de eletricidade residencial avançou 3,20% e foi a principal influência de alta do IPC -, que "deve dar uma trégua em junho".

"Porém, em julho esse item volta a pressionar com a previsão do reajuste nas tarifas de energia em São Paulo", comentou.

A expectativa de alívio em Saúde tem por base a saída gradual do impacto do reajuste dos preços de medicamentos, que subiram 2,05% em maio.

"Haverá apenas um resquício para junho", disse. Por fim, outro grupo que deve contribuir para uma inflação mais amena é Vestuário, passado o período da entrada da nova coleção da moda. Esta classe de despesa passou de 1,09% em abril para 0,49% em maio.

A grande incógnita, segundo Quadros, tem sido os preços de passagens aéreas, difíceis de prever, dada a expressiva volatilidade nos últimos meses.

"É muito errático. Está mais fácil prever o comportamento do tomate", brincou. Em maio, o item registrou queda de 1,24%, mas ainda sobe 25,77% em 12 meses.

"No médio prazo, podemos dizer que passagem aérea está pressionada pelos preços do querosene de aviação, que avançaram 19,52% em 12 meses até maio", disse.

A médio prazo, contudo, a percepção de Quadros não é muito otimista para a inflação ao consumidor.

"A inflação de serviços não vai cair e haverá correção de preços administrados. São ao menos dois fatores que colocarão a inflação numa dinâmica de alta gradativa. Não deveremos repetir a fase de IPCs baixos do segundo semestre de 2013" disse.

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