Na comparação de setembro deste ano, com o mesmo mês de 2010, a confiança do comércio subiu 0,8% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2011 às 12h28.
Brasília - O Banco Central (BC) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgaram hoje a sondagem conjuntural do comércio, nova pesquisa cujo objetivo é mapear o nível de atividade e as expectativas empresariais do setor. De acordo com o documento, no terceiro trimestre, o índice de confiança do comércio (Icom) caiu 1,6% em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação de setembro deste ano, com o mesmo mês de 2010, a confiança do comércio subiu 0,8%.
Segundo a FGV, esse índice vem se mantendo, desde maio deste ano, em nível inferior ao observado no ano passado. Mas o resultado do terceiro trimestre mostra uma relativa melhora no indicador, quando comparado com a média móvel trimestral do período de junho a agosto, que registrava queda de 2,7% ante igual período do ano passado.
"O resultado relativamente favorável do indicador, de média móvel trimestral em setembro de 2011, decorre da grande diferença entre a evolução positiva observada entre agosto e setembro deste ano (+2,4 pontos porcentuais) e a redução pontual de 2,2 pontos porcentuais entre agosto e setembro de 2010", explica o estudo. Em setembro, o Icom estava em 134,7 pontos ante 132,3 em agosto e 133,6 pontos em setembro de 2010.
"O movimento atual do indicador colabora para a interpretação de que o setor sustenta um bom ritmo de atividade ao final do terceiro trimestre de 2011, mas é ainda insuficiente se concluir que o segmento entra em nova fase de aceleração", explicam a FGV e BC.
Situação atual
O índice da situação atual do comércio (ISA-COM) registra queda de 4% no terceiro trimestre, ante igual período de 2010. Na comparação de setembro ante setembro de 2010, o indicador tem queda de 0,5%. Segundo dados divulgados hoje pela FGV e pelo Banco Central BC, o ISA-COM estava em 106,6 em setembro, ante 101,8 em agosto e 107,1 pontos em setembro de 2010.
O indicador de média móvel trimestral mostrava que de junho a agosto, o índice de situação atual registrava queda de 5,4% ante igual período de 2010. "O ISA-COM representa o resultado do quesito que mede a percepção da empresa comercial a respeito da demanda no presente momento", afirma o documento.
O índice de expectativas do comércio (IE-COM) encerrou o terceiro trimestre estável na comparação com igual período de 2010. Na comparação entre setembro de 2011 com setembro de 2010, houve alta de 1,7%. De acordo com a FGV e o BC, o IE-COM ficou 162,9 pontos em setembro, mesmo índice de agosto. Em setembro de 2010, o indicador estava em 160,1 pontos.
"O IE-COM mostra que o setor comercial tem expectativas favoráveis para as vendas neste final de ano, mas a apresenta maior cautela que no ano passado, ao projetar a tendência dos negócios nos meses seguintes", observa o relatório.
Indicadores
A Sondagem Conjuntural do Setor de Comércio lançada hoje pelo Banco Central em parceria com a Fundação Getúlio Vargas deverá ser incorporada ao conjunto de indicadores analisados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nas decisões para decidir o patamar da taxa básica de juros. Segundo o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, os índices de atividade e expectativas do setor possibilitarão ao Copom fazer diagnósticos mais precisos sobre o ritmo da economia brasileira.
"A sondagem é uma ferramenta extremamente importante para condução da política monetária. O setor de comércio é associado ao fluxo de consumo das famílias, que representa 60% do PIB (Produto Interno Bruto) do País e é a principal componente de demanda agregada", afirmou Maciel. "Além disso, expectativas e intenções dos empresários permitem fazer inferências sobre tendências e nos permitem antecipar os próximos movimentos de cada segmento", completou.
A pesquisa abrange 17 segmentos do comércio, incluindo varejo e atacado - que representa um terço do indicador. A sondagem também foi aplicada à venda de veículos, motos e materiais de construção. Segundo Maciel, a intenção é publicar os resultados mensais nos primeiros dez dias do mês seguinte.