Economia

FGV: apesar de desaceleração, inflação continua elevada

Paulo Picchetti, coordenador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, acredita que queda deve continuar até o fim do mês

Hortaliças e legumes influenciaram desaceleração do IPC-S (Arnaud Clerget/Wikimedia Commons)

Hortaliças e legumes influenciaram desaceleração do IPC-S (Arnaud Clerget/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 12h27.

São Paulo - O economista Paulo Picchetti, coordenador da pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) alertou hoje (25) que, apesar da ligeira redução na velocidade de alta da taxa, na média, os preços mantém-se em nível elevado. Na terceira prévia de abril, o IPC-S passou de 0,83% para 0,80%.

Para Picchetti, o comportamento dos preços ainda deve ser visto com preocupação, embora ele acredite que, no fechamento do mês, a taxa deve permanecer decrescente. Ele destaca que há “aumentos disseminados na economia”, mas, sobretudo, dois grupos de despesas ameaçam a inflação: alimentação e transportes. No caso dos alimentos, apesar da redução no ritmo de alta, com a taxa passando de 1,10% para 0,91%, “o patamar ainda é elevado”, na avaliação do economista.

Essa perda na velocidade de alta foi influenciada pelas hortaliças e pelos legumes (de 5,83% para 3,71%), mas outros itens relevantes no cálculo do IPC-S dão sinais de avanços, alerta Picchetti. As carnes bovinas, que vinham em baixa, subiram 0,11% e os laticínios ficaram 2,12% mais caros.

Quanto ao grupo transportes, o economista destacou que o resultado da terceira prévia reflete, principalmente, o aumento de preços da gasolina, cuja taxa atingiu 4,7%. O etanol também pesa na inflação, com alta de 12,59% ante 14,01%.

Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) anunciou que a oferta de álcool combustível vai aumentar, gradativamente, com a entrada em operação de mais usinas de processamento da cana-de-açúcar, abrindo a possibilidade de uma queda de preços no mercado varejista.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasFGV - Fundação Getúlio VargasInflaçãoPreços

Mais de Economia

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Fazenda mantém projeção do PIB de 2024 em 2,5%; expectativa para inflação sobe para 3,9%

Mais na Exame