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Fenabrave eleva para 8% projeção de vendas em 2012

De acordo com Meneghetti, a política de IPI reduzido para o comércio de veículos foi o fator fundamental para mudar as perspectivas que o setor tinha no começo do ano

Carros enfileirados: perguntado se a antecipação dos emplacamentos preocupa para o ano que vem, Meneghetti diz que não (Getty Images/ Joe Raedle)
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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 16h02.

São Paulo - A recuperação nas vendas de veículos e o recorde de emplacamentos batido no mês de agosto levaram a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) a elevar sua projeção de crescimento no comércio de automóveis e comerciais leves em 2012 para 8,05%. Na coletiva de imprensa realizada no dia 17 deste mês para anunciar os dados parciais de vendas de agosto, o presidente da entidade, Flávio Meneghetti, havia estimado em 6% a alta nos licenciamentos e veículos leves, caso a desoneração pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) fosse estendida até o final do ano. O governo federal, contudo, prorrogou o pacote de benefícios para veículos até o final de outubro, mas mesmo assim as projeções da Fenabrave foram aumentadas.

De acordo com Meneghetti, a política de IPI reduzido para o comércio de veículos foi o fator fundamental para mudar as perspectivas que o setor tinha no começo do ano. "Houve uma recuperação impressionante e os números da recuperação nas vendas de automóveis ajudaram a convencermos o governo da importância em prorrogar a desoneração", afirmou. Segundo o presidente da Fenabrave, em contrapartida à redução dos impostos para o setor, a arrecadação global do governo proveniente do setor automotivo aumentou por conta do volume de vendas.

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O dirigente admite que houve uma antecipação das compras por parte do consumidor que quis aproveitar o benefício, antes previsto para terminar em 31 de agosto. O desempenho para setembro, por conta disso, deve ser menor que o verificado em agosto. "As vendas de setembro ainda se manterão num patamar bom, com média em torno de 16 mil unidades por dia", disse. Com a nova data de vencimento do benefício, 31 de outubro, Meneghetti espera um novo pico de emplacamentos para daqui dois meses. "Quando tem data para terminar, o mercado se aquece."


Perguntado se a antecipação dos emplacamentos preocupa para o ano que vem, Meneghetti diz que não. "Ainda tem muita gente para trocar o carro", diz. Tereza Fernandez, da MB Associados, consultoria responsável pelas projeções da Fenabrave, tem a mesma opinião que Meneghetti. "Essa antecipação não preocupa para o ano que vem, porque em 2013 a economia vai crescer", afirmou Tereza. O temor, de acordo com ela, ocorre em relação à velocidade de crescimento que o setor automotivo tem mostrado desde 2007. A diretora afirma que, em média, as vendas de veículos leves cresceram 13,4% ao ano desde então. "Essa não é uma taxa sustentável", disse. "A velocidade de crescimento preocupa porque o que cresce rápido desacelera muito rápido também", afirmou.

Tereza, porém, destaca o efeito advindo do setor automotivo para a produção industrial. A recuperação na produção de veículos (de 4,9% em julho ante junho) foi uma das principais contribuições positivas para a taxa de 0,3% da indústria na mesma base de comparação, segundo informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tereza afirmou que a tendência é a produção do setor se manter em alta nos próximos meses para atender a demanda de consumidores por veículos 0 km. "A produção deve se manter em alta para atender o nível esperado de vendas", avaliou.

Empregos

O presidente da Fenabrave disse que o aumento das vendas após a desoneração de IPI para o setor não teve reflexos substanciais sobre o nível de emprego na rede de concessionárias do País. De acordo com ele, o desempenho do setor nos últimos três meses serviu para manter os postos de trabalho que existiam no início do ano. "O quadro, se manteve estável ou teve um pequeno acréscimo", disse.

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