Economia

Fed vê contração de 6,5% neste ano e promete manter ritmo de compras

As primeiras projeções econômicas do BC americano desde dezembro apontam para taxa de juro perto de zero até ao menos 2022

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve | Foto: Andrew Harrer/Bloomberg (Andrew Harrer/Bloomberg)

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve | Foto: Andrew Harrer/Bloomberg (Andrew Harrer/Bloomberg)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 10 de junho de 2020 às 15h21.

Última atualização em 10 de junho de 2020 às 16h17.

O Federal Reserve repetiu nesta quarta-feira sua promessa de suporte extraordinário contínuo para a economia, com as autoridades projetando contração de 6,5% do produto interno bruto (PIB) neste ano e taxa de desemprego de 9,3% ao final de 2020.

"A crise de saúde pública pesará com força sobre a atividade econômica, emprego e inflação no curto prazo e apresenta riscos consideráveis para as perspectivas econômicas no médio prazo", disse o banco central dos Estados Unidos em seu comunicado de política monetária.

As primeiras projeções econômicas do Fed desde dezembro apontam taxa de juro perto de zero até pelo menos 2022.

Embora a maior parte do comunicado tenha repetido a linguagem da reunião de abril, o banco central prometeu manter as compras de títulos "no ritmo atual" de cerca de 80 bilhões de dólares por mês em Treasuries e 40 bilhões de dólares por mês em títulos lastreados — um sinal de que começa a formatar sua estratégia de longo prazo para a recuperação econômica.

A expectativa é que essa retomada anual comece de fato em 2021, com crescimento projetado de 5%.

A promessa de manter a política monetária frouxa até que a economia dos Estados Unidos esteja nos trilhos repete o compromisso já feito na resposta do banco central à pandemia de coronavírus.

Essa resposta incluiu o corte de sua taxa de juro para perto de zero em março e a disponibilização de trilhões de dólares em crédito a bancos, empresas financeiras e uma série de companhias.

Mas as projeções são as primeiras a ser divulgadas desde dezembro e oferecem uma visão das autoridades sobre a rapidez com que o emprego e a economia podem se recuperar e uma indicação inicial de quanto tempo os juros se manterão baixos.

Durante a maior parte do ano passado os membros do banco central americano consideraram estar em posição invejável, com desemprego na mínima recorde, inflação contida e forte expectativa de que ambas continuariam assim.

Mas a pandemia jogou tudo isso por água abaixo no que pode ser uma luta de anos para levar os americanos de volta ao trabalho após cerca de 20 milhões de empregos terem sido perdidos entre março e maio.

(Reportagem de Howard Schneider, Lindsay Dunsmuir, Jonnelle Marte e Ann Saphir)

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