Economia

Fed confirma redução de balanço patrimonial em outubro

O banco central dos Estados Unidos também manteve a taxas de juros nesta quarta-feira

Fed: o banco deve cortar inicialmente até 10 bilhões de dólares a cada mês do volume de títulos a vencer (Mandel Ngan/AFP)

Fed: o banco deve cortar inicialmente até 10 bilhões de dólares a cada mês do volume de títulos a vencer (Mandel Ngan/AFP)

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Reuters

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 15h41.

Última atualização em 20 de setembro de 2017 às 18h33.

Washington- O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros inalterada nesta quarta-feira, mas sinalizou que ainda espera um aumento até o fim do ano, apesar de uma recente inflação fraca.

Novas projeções econômicas divulgadas após a reunião de política monetária de dois dias do Fed mostraram que 11 dos 16 integrantes do banco central norte-americano vêem como nível "apropriado" para a taxa de juros uma faixa entre 1,25 por cento e 1,50 por cento até o final de 2017.

Esse nível está 0,25 ponto percentual acima do patamar atual.

Os mercados financeiros pouco se moveram depois das declarações do Fed e das projeções econômicas. Também houve pouca reação ao anúncio do Fed de que começaria a reduzir o seu balanço patrimonial no próximo mês.

"O Fed fez um bom trabalho telegrafando o que eles iriam fazer e depois seguiram isso, então não tenho certeza que o mercado tenha mostrado alguma reação a isso", disse Michael Arone, estrategista-chefe de investimentos da State Street Global Advisors em Boston.

Em sua declaração de política monetária, o Fed citou a força no mercado de trabalho, crescimento do investimento empresarial e uma expansão econômica moderada mas durável este ano. O banco central norte-americano acrescentou que os riscos de curto prazo para as perspectivas econômicas permaneceram equilibrados, mas disse que estava observando "de perto" a inflação.

A chair do Fed, Janet Yellen, disse em uma coletiva de imprensa após o final da reunião que a queda da inflação este ano permanece um mistério, acrescentando que o banco central estava pronto para mudar as perspectivas para a taxa de juros, se fosse necessário.

"O que precisamos descobrir é se os fatores que reduziram a inflação serão persistentes", disse ela. Se isso for confirmado, "exigiria uma alteração da política monetária", disse Yellen.

Enquanto as perspectivas da taxa de juros para o próximo ano permaneceram praticamente inalteradas nas últimas projeções do Fed, com três aumentos previstos em 2018, o banco central dos Estados Unidos reduziu o ritmo de aperto monetário a partir daí.

O Fed prevê apenas dois aumentos em 2019 e um em 2020. E reduziu novamente a taxa de juros "neutra" a longo prazo estimada de 3,0 por cento para 2,75 por cento, refletindo preocupações sobre a vitalidade econômica geral.

O banco central norte-americano, como esperado, também informou que começaria em outubro a reduzir seus 4,2 trilhões de dólares em participações de títulos do Tesouro dos EUA e títulos lastreados em hipotecas, inicialmente reduzindo até 10 bilhões de dólares cada mês do valor de títulos vencidos que reinveste.

O limite de reinvestimento está programado para aumentar em 10 bilhões de dólares a cada três meses até um máximo de 50 bilhões de dólares por mês, até que o balanço geral do banco central recue para talvez 1 trilhão de dólares ou mais nos próximos anos.

Yellen disse que seria preciso uma "deterioração material" no desempenho da economia para o Fed reverter uma programação que ela espera que prossiga "de forma gradual e previsível".

O dólar avançou contra uma cesta de moedas após a divulgação do comunicado de política monetária do Fed. As ações dos EUA ampliaram as perdas, enquanto os rendimentos dos Treasuries subiram ligeiramente.

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