Fazenda eleva projeção do PIB de 2010 para 6,5%
Brasília - Com os dados relativos ao primeiro trimestre do ano, o Ministério da Fazenda prevê um crescimento de 6,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. A nova projeção consta da nova edição do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, produzido pela assessoria do ministro Guido Mantega e que foi publicado nesta tarde no […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Brasília - Com os dados relativos ao primeiro trimestre do ano, o Ministério da Fazenda prevê um crescimento de 6,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. A nova projeção consta da nova edição do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, produzido pela assessoria do ministro Guido Mantega e que foi publicado nesta tarde no site do Ministério.
A última projeção oficial do governo era de expansão de 5,5% para o PIB em 2010. Na última terça-feira, quando o IBGE divulgou o resultado do PIB do primeiro trimestre, Mantega afirmou que a projeção de crescimento iria subir para a faixa de 6% a 6,5%.
O documento trabalha com uma projeção de crescimento médio de 5,5% para o Brasil no período que compreende os anos de 2009 a 2014. O boletim destaca o forte crescimento do primeiro trimestre do ano frente aos últimos meses do ano passado que, em termos anualizados, alcançou 11,4%, confirmando que o País foi um dos primeiros países a sair da crise.
O Ministério da Fazenda estima que a taxa de investimento da economia brasileira será de 19% do PIB em 2010, segundo o boletim Economia Brasileira em Perspectiva. De acordo com o documento, o investimento público (governo federal e empresas estatais) deve atingir neste ano 3,3% do PIB. Em 2009, o investimento público foi de 3% do PIB.
A Fazenda aproveita a análise sobre os investimentos para responder às críticas de que a economia brasileira tem uma baixa taxa de poupança, o que impediria um ritmo de crescimento muito forte de forma sustentável. Os assessores do ministro Guido Mantega evocam a tese de origem keynesiana de que o investimento precede a poupança, a partir do momento que ele promove aumento da renda das empresas e das famílias, refutando a tese de que a poupança antecede o investimento.
"A taxa de poupança doméstica da economia brasileira é compatível com a maioria das economias ocidentais, principalmente aquelas que proporcionam maior transferência de renda às classes baixas por parte do governo. Isso não impediu que a taxa de investimento público e privado crescesse no Brasil nos últimos anos", menciona o documento. "Ao contrário, o maior volume de transferências de renda tem ajudado a ativar a demanda doméstica, gerando maior crescimento econômico e investimentos público e privado. É este ciclo virtuoso que faz aumentar a poupança doméstica e, simultaneamente, o PIB do País", acrescenta.
Segundo a Fazenda, a taxa de poupança brasileira, que atingiu 15,8% do PIB no primeiro trimestre deste ano (ante 14,3% no final de 2009), deve continuar crescendo, de modo sustentável e sem prejuízo para o dinamismo da economia.
O estudo critica comparações da poupança brasileira com a asiática. "É inadequado comparar nossa poupança com economias asiáticas como a da China, onde a taxa chega a 43% do PIB devido a uma estrutura de custos e benefícios totalmente diferente dos países ocidentais. As empresas, por exemplo, estão submetidas a baixos custos trabalhistas e câmbio favorável, o que se reverte em elevada lucratividade e, portanto, poupança", ressalta o documento.
"As famílias chinesas, por sua vez, precisam poupar grande proporção da sua renda para cobrir o consumo futuro com educação universitária, previdência e casa própria", acrescenta a Fazenda, ponderando que no Brasil há sistema universal de previdência e saúde e ampla rede de proteção social.