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Famílias comprometem até 42% da renda com dívidas

Estudo da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostra que as dívidas comprometem mais do que o limite ideal, que é de 30%

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	A Proteste entrevistou 200 famílias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, concentradas principalmente entre as classes C e B
 (SXC.hu)

A Proteste entrevistou 200 famílias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, concentradas principalmente entre as classes C e B (SXC.hu)

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Hugo Passarelli

Publicado em 14 de agosto de 2012 às, 13h30.

São Paulo - As famílias brasileiras, em especial as de classe C, estão mais endividadas que o recomendado pelos especialistas. Estudo da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostra que as dívidas comprometem, em média, 42% da renda familiar, sendo que o limite ideal é de 30%. Na avaliação do órgão, esse grau de comprometimento é resultado da combinação entre juros altos, falta de planejamento nas finanças e as facilidades em se obter crédito.

A Proteste entrevistou 200 famílias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, concentradas principalmente entre as classes C (60,5% da amostra) e B (27,5%). A renda e dívida médias apuradas foram de R$ 2.401 e R$ 1.009,45, respectivamente. Desdobrado, o dado mostra que a maior parte (56,6%) tem dívidas de até R$ 500. Uma parcela considerável (38%), porém, deve mais de R$ 5 mil, o que explica a média situada em R$ 1 mil.

Um quinto dos pesquisados dizem que contraíram uma nova dívida desde abril, sendo que quase metade desse porcentual o fez para quitar outros débitos. Entre dívidas assumidas há mais tempo, 30% dos entrevistados disseram que ainda estão inadimplentes, mas a expectativa é quitar os valores no médio prazo. Os valores devidos impactam na qualidade de vida dos entrevistados: 57% dizem que limitaram os gastos em lazer, cultura, diversão ou consumo de bens, entre outros.

O uso cartão de crédito é outra fonte de problemas à saúde financeira das famílias - 38,1% delas afirmaram não conseguir pagar as faturas na data de vencimento, sendo que o gasto médio é de até R$ 500. Com isso, elas entram na modalidade mais cara de endividamento. Em outro levantamento recente, o Proteste mostrou que o juro do cartão de crédito pode chegar a 323% ao ano no País, a maior taxa cobrada entre seis países da América Latina.

O órgão também calculou o Custo Efetivo Total (CET) das dívidas, que considera o valor do crédito concedido, o número de parcelas, a taxa de juros, tributos, tarifas, entre outros custos decorrentes das operações de crédito. A conclusão é de que esse indicador chega a 197,47% ao ano, quando considerado a média das dívidas, e a 189,19% ao ano entre as famílias. Para fazer a simulação, não foram considerados os financiamentos imobiliários e parcelamentos sem juros.

"Essa alta taxa de juros tem relação direta com a quantidade de financiamentos assumidos pelas famílias, visto que foi declarado como principal motivo para contratar um novo empréstimo o fato de não terem conseguido pagar dívidas ou empréstimos anteriores", disse a Proteste na divulgação da pesquisa.

O estudo também aponta que o crédito de consumo e informalidade também são marca do mercado de crédito brasileiro. Entre os 10 principais credores, as pessoas físicas (como amigos ou parentes) ocupam o quarto lugar. Na lista há ainda quatro bancos e cinco lojas.

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