Edinho Silva: o ministro da Secretaria de Comunicação Social diz que a fala do ex-presidente não atrapalha (a aprovação do ajuste fiscal) e que ele (Lula) tem história e credibilidade pra se posicionar (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2015 às 12h18.
Brasília - Um dia depois de o programa partidário do PT exibido na televisão irritar o PMDB e provocar panelaços e buzinaços em diversas cidades brasileiras, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, disse nesta quarta-feira, 5, que a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa não vai atrapalhar a aprovação do ajuste fiscal.
As críticas do ex-presidente Lula ao projeto da terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, feitas por ele no programa de televisão do PT, irritaram o PMDB. O líder peemedebista na Casa, deputado Leonardo Picciani, disse que a legenda decidiu retirar o apoio integral à Medida Provisória 665, que altera as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial.
"O programa do PT é uma atribuição do PT, as decisões de conteúdo, de formato, são decisões do partido e evidentemente o governo não tem que se posicionar em relação ao que o PT tem decidido, encaminhado. O presidente Lula é a maior liderança do Partido dos Trabalhadores, é inegável, e o posicionamento dele é sempre debatido. Não cabe ao governo se posicionar em relação a isso", disse Edinho Silva, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
"A fala do presidente não atrapalha (a aprovação do ajuste fiscal). Ele(Lula) tem história, credibilidade pra se posicionar. Numa democracia, da mesma forma que temos de respeitar a opinião das ruas, dos partidos, temos de respeitar as opiniões das lideranças constituídas do País, a opinião do presidente Lula tem de ser respeitada", afirmou o ministro.
Ausência
Questionado sobre a ausência da presidente Dilma Rousseff no programa partidário do PT, Edinho disse que a presidente não apareceu na peça veiculada na televisão porque "ela entendia que não deveria participar do programa do PT".
"É uma decisão que foi tomada junto da direção do partido, porque a temática do programa não era uma temática que ela deveria priorizar", justificou o ministro.
"Quando for necessário a presidenta participar de um programa do PT, ela vai participar. Ela não participou deste (programa), vai participar de outros."
Misturas
Na avaliação do ministro, o governo possui uma agenda própria, enquanto as questões de conjuntura enfrentadas pelo PT, "por mais que sejam importantes, devem ser enfrentadas pelo PT".
"Misturar no cotidiano, não do ponto de vista do projeto, mas misturar no cotidiano essas três instituições - um ex-presidente, um partido e um governo de coalizão - seria um erro e um equívoco", comentou.