Economia

Excluindo gasolina do índice, IPCA de julho teria sido de -0,11%, diz gerente do IBGE

O subitem subiu em todas as 16 regiões analisadas pelo índice

IPCA: o índice de julho (0,12%) teve a menor taxa positiva de variação desde outubro de 2022 (Pilar Olivares/Reuters)

IPCA: o índice de julho (0,12%) teve a menor taxa positiva de variação desde outubro de 2022 (Pilar Olivares/Reuters)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 11 de agosto de 2023 às 12h54.

Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 13h46.

O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho seria de deflação de 0,11% caso o item gasolina fosse excluído da leitura, calculou o analista André Guedes, gerente do IPCA no IBGE, em coletiva após a divulgação.

O IPCA subiu 0,12% em julho. A maior contribuição individual para a alta partiu de gasolina (4,75%; impacto de 0,23 ponto porcentual). O subitem subiu em todas as 16 regiões analisadas pelo índice.

O analista associou o aumento do subitem à reoneração de impostos federais. "A partir de 1º de julho, voltou a cobrança da alíquota cheia de PIS/Cofins sobre a gasolina, o que contribuiu para essa alta", afirmou. Entre os subitens, acrescentou Guedes, a gasolina tem o maior peso na cesta do IPCA de 4,79%.

Ainda segundo Guedes, o avanço da gasolina explica o aumento do índice de difusão de produtos não alimentícios entre junho e julho, de 52% para 53%. Com o resultado, a gasolina acumula alta de 11,64% no ano e queda de 9,28% em 12 meses.

O IPCA de julho (0,12%) teve a menor taxa positiva de variação desde outubro de 2022, apontou André Guedes. A afirmação desconsidera as deflações registradas no período.

O resultado obtido no mês, segundo Guedes, refletiu movimentos intensos nos três grupos com maior peso no índice. De um lado, houve deflação de Alimentação e bebidas (-0,46%) e Habitação (-1 01%), de outro alta de Transportes (1,50%), enumerou. O analista calculou que, somados, os impactos sobre o índice dos dois grupos deflacionários resultaram em 0,26 ponto porcentual negativo em junho, ante impacto positivo de 0,31 ponto de Transportes.

O avanço de Transportes no período foi puxado principalmente pela gasolina (4,79%). Entre os combustíveis (4,15%), somente óleo diesel (-1,37%) recuou no mês — houve alta de 3,84% de gás veicular e de 1,57% de etanol. As altas de passagem aérea (4 97%) e automóvel novo (1,65%) também contribuíram para o resultado do grupo.

Guedes afirmou que o avanço das passagens aéreas pode estar relacionado ao período de férias escolares. Segundo o analista, essa pressão também pode ter influenciado outros subitens turísticos, o que contribuiu para a alta de serviços (0,25%) no mês. Já o fim do programa de descontos do governo federal explicou o avanço de automóvel novo, ainda de acordo com o Guedes.

Ainda em Transportes, houve avanço de pedágio (2,44%), por reajustes realizados em algumas praças de São Paulo, e de táxi (20,19%), por reajuste em Fortaleza. Por outro lado, houve queda de ônibus urbano, por reajuste negativo em Belo Horizonte. Já os ônibus intermunicipais (0,23%) subiram por reajuste no Recife.

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