Economia

Excedente comercial da China com EUA caiu 8,5% em 2019

O excedente comercial da China com os Estados Unidos foi de US$ 295,8 bilhões, contra US$ 323 bilhões

EUA-China: guerra comercial impactou o comércio bilateral (Hyungwon Kang/Reuters)

EUA-China: guerra comercial impactou o comércio bilateral (Hyungwon Kang/Reuters)

A

AFP

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 10h46.

A China anunciou, nesta terça-feira (14), que seu excedente comercial com os Estados Unidos caiu 8,5% em 2019, em um contexto de dura guerra comercial entre ambos os países.

A informação surge pouco antes da assinatura prevista para quarta-feira (14) em Washington de um acordo preliminar muito esperado entre as duas potências, que estão há dois anos em uma batalha de imposição mútua de tarifas.

Trump adotou as primeiras medidas hostis em 2018 com o objetivo de equilibrar o comércio bilateral e provocou represálias de Pequim, assim como a preocupação dos mercados mundiais.

Em 2019, a China vendeu para os Estados Unidos um total de US$ 418,5 bilhões em produtos, contra US$ 122,7 bilhões na outra direção, disse a administração chinesa de aduanas.

O excedente comercial da China com os Estados Unidos foi de US$ 295,8 bilhões, contra US$ 323 bilhões.

Em dezembro, o excedente foi de US$ 23,2 bilhões, uma queda em relação a novembro (US$ 24,6 bilhões) e a outubro (US$ 26,4 bilhões).

Segundo Washington, a China se comprometeu, em um acordo comercial preliminar, a comprar US$ 200 bilhões em produtos americanos, incluindo um total de produtos agrícolas entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões.

O governo Trump continuará, porém, impondo tarifas aduaneiras de 25% a produtos chineses que representam US$ 250 bilhões de importações anuais.

Em um sinal de distensão, Washington decidiu retirar a expressão de "manipulador de moedas", com a qual classificava Pequim.

"Pressão"

Em uma entrevista coletiva nesta terça, o alto responsável do governo chinês de aduanas Zou Zhiwu apontou que as importações chinesas de produtos americanos aumentaram no final de 2019.

As compras chinesas de soja e porco dos EUA "aumentaram de maneira significativa" em dezembro, afirmou.

Em referência ao impacto das tensões comerciais, a mesma fonte afirmou que "puseram certa pressão sobre o comércio exterior chinês e sobre as empresas que comercializam muito com os Estados Unidos".

A assinatura de um acordo preliminar terá "um impacto importante e positivo" para a economia mundial, segundo Zou, assegurando que um aumento das importações americanas não teria impacto para outros países.

No total, o volume de bens negociados com a China em 2019 se reduziu ligeiramente em um ano. O excedente comercial do gigante asiático com o restante do mundo seguiu estável, em US$ 421,5 bilhões.

Apenas em dezembro as exportações totais da China aumentaram 7,6% em um ano. É muito mais do que a estimativa dos analistas consultados pela agência de notícias financeiras Bloomberg (+2,9%).

Já as importações do gigante asiático dispararam 16,3% no mês passado, muito mais do que previam os especialistas.

Segundo Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, esta cifra é "mais o resultado dos preços de importação mais elevados do que de um volume de importações para alta".

"Por isso, seria prematuro concluir que há uma clara recuperação da demanda doméstica", afirmou.

No conjunto de 2019, as importações totais da China se reduziram (-2,8% em um ano), enquanto as exportações aumentaram ligeiramente (+0,5%).

No contexto da peste suína, uma doença que reduziu as reservas do país, as importações de carne do gigante asiático alcançaram máximos no ano passado.

Ao todo, a China importou 2,11 bilhões de toneladas de porco (+75% em um ano). As importações de carne bovina também dispararam (+60%).

Acompanhe tudo sobre:ChinaComércio exteriorEstados Unidos (EUA)

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE