Ex-diretor vê BC confortável com nível de inflação
Para Alexandre Schwartsman, patamar não deve impedir que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza novamente a Selic, taxa básica de juro
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 15h10.
São Paulo - A inflação permanece sistematicamente acima de 5%, mas esse comportamento dos preços não deve impedir que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza novamente a Selic, taxa básica de juro no país, em 0,5 ponto porcentual no encontro da próxima semana. A opinião é do ex-diretor do BC e sócio-diretor da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman.
"O que (o BC) deveria fazer é uma coisa e o que ele vai fazer é uma coisa bem diferente", disse Schwartsman nesta quarta-feira em entrevista à Agência Estado. "(O BC) diz que ainda segue um regime de inflação, mas parece muito confortável com uma inflação que está rodando acima da meta e continua cortando a taxa de juros", completou. A meta de inflação para este ano e 2013 está fixada em 4,5%, com tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
O economista prevê que, em outubro, o BC deve desacelerar o ritmo de redução da taxa de juro. "Se houver algum corte da Selic, deve ser na casa de 0,25 ponto porcentual para sinalizar um fim do processo."
Para a inflação deste ano, Schwartsman continua apostando em um patamar entre 5% e 5,5%. "Deve ficar mais perto dos 5,5% do que de 5%. Parece que esse será o cenário que vai se materializar", declarou.
"A grande verdade é que com o crescimento medíocre deste ano, não se conseguirá trazer a inflação para a meta. E em um cenário em que a economia acelere, ainda que modestamente, e o mercado de trabalho se aperte, caminhamos para um cenário de inflação acima de 6% no ano que vem", ponderou. "Mas se vai varar a meta, é difícil dizer", referindo-se ao teto informal de 6,5%. "Quando ameaça varar a meta, se tomam medidas para se impedir que isso ocorra."
Perguntando se a atual aceleração dos preços reflete apenas um choque localizado do aumento das commodities agrícolas, como têm declarado autoridades em discursos recentes, Schwartsman disse que "isso é conversinha para boi dormir". "O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem rasgando recordes todo mês. Difusão mede a porcentagem dos itens que estão subindo. O fenômeno é disseminado", disse o ex-diretor do BC.
São Paulo - A inflação permanece sistematicamente acima de 5%, mas esse comportamento dos preços não deve impedir que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza novamente a Selic, taxa básica de juro no país, em 0,5 ponto porcentual no encontro da próxima semana. A opinião é do ex-diretor do BC e sócio-diretor da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman.
"O que (o BC) deveria fazer é uma coisa e o que ele vai fazer é uma coisa bem diferente", disse Schwartsman nesta quarta-feira em entrevista à Agência Estado. "(O BC) diz que ainda segue um regime de inflação, mas parece muito confortável com uma inflação que está rodando acima da meta e continua cortando a taxa de juros", completou. A meta de inflação para este ano e 2013 está fixada em 4,5%, com tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
O economista prevê que, em outubro, o BC deve desacelerar o ritmo de redução da taxa de juro. "Se houver algum corte da Selic, deve ser na casa de 0,25 ponto porcentual para sinalizar um fim do processo."
Para a inflação deste ano, Schwartsman continua apostando em um patamar entre 5% e 5,5%. "Deve ficar mais perto dos 5,5% do que de 5%. Parece que esse será o cenário que vai se materializar", declarou.
"A grande verdade é que com o crescimento medíocre deste ano, não se conseguirá trazer a inflação para a meta. E em um cenário em que a economia acelere, ainda que modestamente, e o mercado de trabalho se aperte, caminhamos para um cenário de inflação acima de 6% no ano que vem", ponderou. "Mas se vai varar a meta, é difícil dizer", referindo-se ao teto informal de 6,5%. "Quando ameaça varar a meta, se tomam medidas para se impedir que isso ocorra."
Perguntando se a atual aceleração dos preços reflete apenas um choque localizado do aumento das commodities agrícolas, como têm declarado autoridades em discursos recentes, Schwartsman disse que "isso é conversinha para boi dormir". "O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem rasgando recordes todo mês. Difusão mede a porcentagem dos itens que estão subindo. O fenômeno é disseminado", disse o ex-diretor do BC.