Economia

Eurozona debate ajuda aos bancos da Espanha

Se a Espanha solicitar o auxílio europeu, Madri será o quarto Estado da zona do euro a receber um resgate dos sócios

Bandeira espanhola revoa no topo do Banco da Espanha, em Madri (Andrea Comas/Reuters)

Bandeira espanhola revoa no topo do Banco da Espanha, em Madri (Andrea Comas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2012 às 11h03.

Bruxelas - O Eurogrupo debate neste sábado o resgate aos bancos da Espanha, depois de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o setor financeiro espanhol, apesar de Madri não ter solicitado oficialmente até o momento uma ajuda, em meio a uma forte pressão dos mercados e da comunidade internacional.

Os ministros das Finanças da Eurozona terão uma conferência telefônica a partir das 11H00 (Brasília) para "aprovar uma declaração que destaque a intenção da Espanha de solicitar ajuda e o compromisso do Eurogrupo de proporcioná-la", disse à AFP uma fonte do bloco.

A zona do euro aguarda a qualquer momento um pedido de ajuda da Espanha, segundo outra fonte.

Se a Espanha solicitar o auxílio europeu, Madri será o quarto Estado da zona do euro a receber um resgate dos sócios, depois de Grécia, Portugal e Irlanda. Mas até o momento a Espanha, apesar de ter confirmado a reunião, não pediu nada, segundo fontes do governo.

O governo espanhol analisava o relatório do FMI, que calculou em 40 bilhões de euros o capital que os bancos do país necessitam, e afirmou que agardava uma reunião do Eurogrupo.

"Há uma reunião, foi convocada em Bruxelas", declarou à AFP uma fonte governamental. "Estamos analisando o documento do FMI e estamos aguardando a reunião do Eurogrupo", completou.


Madri havia anunciado que desejava esperar o relatório do FMI e o resultado de uma auditoria independente de seus bancos antes de tomar uma decisão sobre um pedido de resgate. Uma fonte do ministério da Economia afirmou durante a manhã que a posição não foi alterada.

O relatório do FMI, previsto para ser divulgado na segunda-feira, mas revelado na noite de sexta-feira, afirma que os bancos espanhóis precisam de pelo menos 40 bilhões de euros de recapitalização. Mas a auditoria, executada pelo alemão Roland Berger e o americano Oliver Wyman, só será entregue ao governo espanhol em 21 de junho.

Analistas acreditam que durante a reunião o governo espanhol solicitará ajuda para recapitalizar o setor bancário. Uma fonte do governo espanhol afirmou que o relatório do FMI é positivo porque limita o problema do setor financeiro a 30%, que corresponde às instituições que já receberam ajuda ou foram nacionalizadas.

A Espanha está sob forte pressão para pedir um plano de resgate europeu para seus bancos. O mercado, impaciente, deseja uma solução antes das eleições na Grécia, em 17 de junho, por temer um contágio da crise grega.

O presidente do Banco Central da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, afirmou que a Espanha deve solicitar ajuda se considerar necessário.

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