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Países europeus vetam acordo com Mercosul

Em carta, 13 dos 28 governos da União Europeia indicaram que acordos comerciais com o Brasil seriam considerados "afrontas" ao sistema produtivo europeu

Comércio exterior: na prática, acordo entre UE e Mercosul só traria benefícios ao Brasil se incluísse abertura a produtos competitivos, mas europeus não querem. (.)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2016 às 11h13.

Genebra - Países europeus se lançam em uma ofensiva para bloquear qualquer tipo de acordo comercial da União Europeia com o Mercosul que permita ao Brasil e ao restante da região incrementar de forma substancial suas exportações de açúcar, carnes e produtos agrícolas.

Uma carta obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que 13 dos 28 governos do bloco europeu indicaram que qualquer movimento nesse sentido seria considerado como "uma provocação" ao setor produtivo europeu.

Na prática, o acordo comercial com a UE apenas traria ganhos econômicos ao Brasil se incluir uma abertura do mercado para os produtos mais competitivos, justamente aqueles considerados como "sensíveis" aos europeus.

Em 2015, dos US$ 33 bilhões exportados pelas empresas brasileiras para a Europa, US$ 21 bilhões eram produtos básicos e semi-manufaturados.

Na semana passada, as diplomacias dos dois lados do Atlântico indicaram que vão trocar ofertas de como seria a liberalização em maio.

O processo está emperrado desde 2004 quando Mercosul e UE não conseguiram chegar a um acordo sobre como lidar com os produtos sensíveis.

Estudo

Para 2016, a meta é relançar o processo e, consultada pela reportagem, a Comissão Europeia indicou que a proposta que pretende trocar com o Mercosul ainda não foi finalizada.

Mas, numa carta de 7 de abril ao Conselho da Europa e a todos os 28 membros da UE, um grupo de 13 países liderados pela França saiu ao ataque contra qualquer tentativa de ceder aos produtos agrícolas do Mercosul.

"Somos contrários à presença de propostas sobre cotas em produtos sensíveis na oferta europeia que será passada ao Mercosul nos próximos meses", alertou o grupo, composto ainda pela Áustria, Grécia, Polônia, Irlanda, Hungria, Chipre, Estônia, Letônia Lituânia, Romênia, Eslovênia e Luxemburgo. O tema foi tratado no dia 11 de abril num encontro de ministros de Agricultura.

Os governos europeus apontaram, na carta, que os agricultores da região estão enfrentando "uma crise particularmente difícil" e que as medidas tomadas pela UE para ajudar o setor "fracassaram".

"Uma oferta ao Mercosul contendo cotas em produtos sensíveis seria provavelmente visto como uma provocação pelo setor agrícola europeu", indicou o grupo.

Os países também alertam que, se isso ocorrer, o que pode ser prejudicado seria justamente a negociação para a criação de uma área de livre comércio ente Europa e Estados Unidos, uma das prioridades de Bruxelas.

Para esses governos, se houver uma abertura ao Mercosul, ela terá de ser compensada por uma oferta menor aos EUA.

"Os países do Mercosul são os líderes no mercado agrícola mundial e seus setores são altamente competitivos", indicaram os governos na carta. Para eles, a negociação não pode mais se basear nas propostas que existiam em 2004.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Genebra - Países europeus se lançam em uma ofensiva para bloquear qualquer tipo de acordo comercial da União Europeia com o Mercosul que permita ao Brasil e ao restante da região incrementar de forma substancial suas exportações de açúcar, carnes e produtos agrícolas.

Uma carta obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que 13 dos 28 governos do bloco europeu indicaram que qualquer movimento nesse sentido seria considerado como "uma provocação" ao setor produtivo europeu.

Na prática, o acordo comercial com a UE apenas traria ganhos econômicos ao Brasil se incluir uma abertura do mercado para os produtos mais competitivos, justamente aqueles considerados como "sensíveis" aos europeus.

Em 2015, dos US$ 33 bilhões exportados pelas empresas brasileiras para a Europa, US$ 21 bilhões eram produtos básicos e semi-manufaturados.

Na semana passada, as diplomacias dos dois lados do Atlântico indicaram que vão trocar ofertas de como seria a liberalização em maio.

O processo está emperrado desde 2004 quando Mercosul e UE não conseguiram chegar a um acordo sobre como lidar com os produtos sensíveis.

Estudo

Para 2016, a meta é relançar o processo e, consultada pela reportagem, a Comissão Europeia indicou que a proposta que pretende trocar com o Mercosul ainda não foi finalizada.

Mas, numa carta de 7 de abril ao Conselho da Europa e a todos os 28 membros da UE, um grupo de 13 países liderados pela França saiu ao ataque contra qualquer tentativa de ceder aos produtos agrícolas do Mercosul.

"Somos contrários à presença de propostas sobre cotas em produtos sensíveis na oferta europeia que será passada ao Mercosul nos próximos meses", alertou o grupo, composto ainda pela Áustria, Grécia, Polônia, Irlanda, Hungria, Chipre, Estônia, Letônia Lituânia, Romênia, Eslovênia e Luxemburgo. O tema foi tratado no dia 11 de abril num encontro de ministros de Agricultura.

Os governos europeus apontaram, na carta, que os agricultores da região estão enfrentando "uma crise particularmente difícil" e que as medidas tomadas pela UE para ajudar o setor "fracassaram".

"Uma oferta ao Mercosul contendo cotas em produtos sensíveis seria provavelmente visto como uma provocação pelo setor agrícola europeu", indicou o grupo.

Os países também alertam que, se isso ocorrer, o que pode ser prejudicado seria justamente a negociação para a criação de uma área de livre comércio ente Europa e Estados Unidos, uma das prioridades de Bruxelas.

Para esses governos, se houver uma abertura ao Mercosul, ela terá de ser compensada por uma oferta menor aos EUA.

"Os países do Mercosul são os líderes no mercado agrícola mundial e seus setores são altamente competitivos", indicaram os governos na carta. Para eles, a negociação não pode mais se basear nas propostas que existiam em 2004.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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