Economia

Europa perde US$ 2,3 bi em turismo devido a caos aéreo

Madri - A nuvem de cinzas e o caos aéreo provocado pelo vulcão islandês representaram perdas para o setor turístico na Europa de US$ 2,3 bilhões, estimou hoje o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai. Em um discurso em Madri no fórum Tribuna Iberoamericana, que é organizado pela Casa de América e […]

Passageiros em Londres enfrentam longas filas para a compra de passagens aéreas (.)

Passageiros em Londres enfrentam longas filas para a compra de passagens aéreas (.)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2010 às 09h02.

Madri - A nuvem de cinzas e o caos aéreo provocado pelo vulcão islandês representaram perdas para o setor turístico na Europa de US$ 2,3 bilhões, estimou hoje o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai.

Em um discurso em Madri no fórum Tribuna Iberoamericana, que é organizado pela Casa de América e a Agência Efe, Rifai assinalou que as perdas potenciais para o setor do turismo no velho continente durante a última semana giram em US$ 400 milhões ao dia.

Conforme esclareceu à Efe fontes dessa agência da ONU, o cálculo poderia ser reduzido pela despesa gerada esses dias pelos milhares de turistas que não puderam deslocar-se e pelas viagens adiadas, o que torna "muito difícil avaliar a perda real".

Rifai concordou com os cálculos da Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata), que estimou as perdas diárias para o setor aéreo em US$ 220 milhões ao dia, o que representa US$ 1,7 bilhão de desde que as autoridades aeronáuticas impuseram restrições aéreas em 15 de abril.

O responsável da OMT, com sede em Madri, ressaltou as complicações para estabelecer a magnitude desta crise, devido à "confusão" para esclarecer as responsabilidades, pois "não há um acordo internacional sobre de quem é a responsabilidade pelos passageiros imobilizados".

Por este motivo, Rifai indicou que "é preciso começar a trabalhar em um acordo internacional sobre a proteção dos direitos dos consumidores", que estabeleça "diretrizes aceitas por todos" para depurar as responsabilidades nestes casos e fomentar "a informação e a transparência" em situações de emergência.

"Atualmente não existem diretrizes internacionais e isto é responsabilidade das Nações Unidas, por isso a OMT apresentará uma minuta ao Conselho de Segurança e à Assembleia Geral (da ONU) sobre o protocolo a seguir".

O secretário-geral defendeu por melhorar a atenção ao turismo interno, "que também pode reativar a economia, criar emprego e manter a confiança dos consumidores", e insistiu que, na Espanha e Portugal, esse turismo "compensou as perdas e fez com que os resultados da crise aérea não fossem tão negativos".

"Levará alguns meses para digerir as consequências desta crise", ressaltou Rifai, destacando que é possível aprender lições com isso, como "somos vulneráveis" e "como o mundo não pode funcionar sem conexões, sem que as pessoas possam viajar".

Durante a última semana, a nuvem de cinzas causada pela erupção do vulcão islandês levou ao fechamento de grande parte do espaço aéreo europeu, o que afetou dezenas de milhares de passageiros e provocou inúmeras perdas econômicas às companhias aéreas.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoEuropaPrejuízoSetor de transporteTurismo

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal