Economia

Euforia com emprego pode aumentar inadimplência, diz especialista

Jorge Pinho, professor da UnB, acredita que resultados sobre desemprego divulgados pelo IBGE são positivos, mas podem estimular o endividamento excessivo

Trabalhador pode se endividar contando com futuro incerto, diz professor (Getty Images/Getty Images)

Trabalhador pode se endividar contando com futuro incerto, diz professor (Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2010 às 12h42.

Brasília - A taxa de desocupação de 7,5% registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é positiva e consistente, avalia o professor da UnB  e especialista em mercado de trabalho, Jorge Pinho. Segundo ele, apesar de a taxa ter aumentado 0,2 ponto percentual em relação a abril, o número deve ser visto com bons olhos.

De acordo com Pinho, a alta da taxa deu-se principalmente pelo otimismo da população que voltou a procurar emprego ao perceber o aquecimento da economia. "Há uma pequena pisada no freio da economia com a alta de juros também, fazendo com que o empresário não contrate muito mais imediatamente", explica.

O professor alerta, no entanto, que é necessário "segurar o otimismo". Ele explica que quando há aumento da empregabilidade e há mais pessoas com dinheiro na mão, o trabalhador tem impressão de que pode se endividar. "Isso pode fazer com que as pessoas comecem a comprar o que não podem pagar, apostando em um futuro bom, mas que, na verdade, é incerto".

Pinho destacou que o endividamento excessivo pode levar a altos índices de inadimplência, situação para ele, preocupante. "A bolha nos Estados Unidos começou exatamente assim, e acabou na crise mundial que todos viram", concluiu.

Leia mais: Recuperação econômica piorou desemprego em maio
 

Acompanhe tudo sobre:ConsumoDesastres naturaisDesempregoDívidas pessoaisEmpregosNível de emprego

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação