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EUA e Colômbia iniciam TLC e começo de ''nova era''

Primeira troca comercial válida pelo tratado de livre-comércio incluiu a chegada ao porto de Miami de 4.200 caixas com mais de um milhão de flores

TLC apresenta outros fatores chave para o âmbito comercial, como estabilidade e maiores oportunidades para ambos os países (Robyn Beck/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 19h14.

Washington - Os governos de Estados Unidos e Colômbia deram início nesta terça-feira ao Tratado de Livre-Comércio (TLC) entre os dois países, uma aposta que permite a troca de milhares de produtos isentos de tarifas e marca o início de uma ''nova era'' na agenda bilateral.

A primeira troca comercial válida pelo TLC, assinado em 2006 e promulgado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em outubro do ano passado, incluiu a chegada ao porto de Miami de 4.200 caixas com mais de um milhão de flores colombianas e a exportação à Colômbia de uma motocicleta Harley-Davidson.

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Durante um fórum da Câmara de Comércio dos EUA, em Washington, autoridades de ambos os países usaram essas imagens para elogiar as virtudes do TLC, que também visa estimular a criação de empregos por meio de um aumento das exportações.

''Acho que este TLC representa o despertar de uma nova era... isso será algo muito importante, e estou pronto para apostar que vamos duplicar o comércio bilateral em três anos'', declarou o embaixador da Colômbia perante a Casa Branca, Gabriel Silva.

Apenas a indústria da floricultura gera na Colômbia 170 mil empregos diretos e indiretos, e outros 225 mil empregos nos EUA, segundo números oficiais. Em 2011, as exportações de flores colombianas aos EUA totalizaram US$ 962 milhões.

Além dos benefícios econômicos, Silva disse que o TLC apresenta outros fatores chave para o âmbito comercial, como estabilidade e maiores oportunidades para ambos os países.


Por sua vez, o chefe do Escritório do Representante de Comércio Exterior dos EUA (USTR), Ron Kirk, afirmou que o TLC traz ''boas notícias para empresários, trabalhadores, agricultores, manufatureiros e provedores de serviços dos EUA, que estão prontos para exportar'' a um mercado de 46 milhões de consumidores.

A Administração Obama aposta na duplicação das exportações para 2014 como uma via para a criação de empregos nos EUA e, segundo o Representante de Comércio, o TLC aumentará as exportações de bens americanos à Colômbia em US$ 1,1 bilhão.

Os críticos do TLC, entre eles grupos sindicalistas e defensores dos direitos humanos, reiteraram hoje que o pacto aprofundará a precariedade de setores vulneráveis na Colômbia.

Previamente, em um ato perante o Conselho das Américas, Silva reconheceu que a Colômbia carece de uma infraestrutura adequada para absorver a avalanche de produtos, uma vez aberta a comporta do comércio bilateral.

''A Colômbia tem uma estrutura muito pobre. Precisamos de tudo, nenhum de nossos portos tem uma estrada decente que conduza a eles'', declarou.

As comemorações pela entrada em vigor do TLC foram obscurecidas pelo atentado cometido hoje em Bogotá contra o ex-ministro de Interior Fernando Londoño, que ficou ferido, mas está fora de perigo.

O atentado, que deixou dois mortos e 39 feridos, fez com que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, cancelasse sua participação em um ato para celebrar o TLC na cidade portuária de Cartagena.

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