Economia

EUA diz que agricultura é um dos temas a negociar com UE

O presidente Trump proclamou que tinha conseguido abrir o mercado europeu à produção agrícola americana, mas porta-voz da UE questionou essa interpretação

Juncker e Trump: líderes anunciaram na semana passada uma trégua na atual disputa comercial entre os Estados Unidos e a Europa (Kevin Lamarque/Reuters)

Juncker e Trump: líderes anunciaram na semana passada uma trégua na atual disputa comercial entre os Estados Unidos e a Europa (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de julho de 2018 às 18h59.

As divergências em comércio agrícola integrarão as negociações entre Estados Unidos e União Europeia (UE) a contragosto de Bruxelas, garantiu nesta segunda-feira (30) o secretário americano da Agricultura, Sonny Perdue.

"Enquanto muitos adorariam que a agricultura ficasse de fora do escopo, é de nosso maior interesse tratar desse tema com a UE, especialmente as barreiras não tarifárias que eles continuam a promulgar", disse Perdue à imprensa.

Um funcionário da UE negou que o tema esteja incluído no acordo anunciado na semana passada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, mas Perdue afirmou que "francamente, isso não cabe na nossa interpretação".

O ministro apontou como outro ponto de discórdia a atitude "crescentemente agressiva" europeia de reservar como "marca registrada" nomes de comidas, como "muzzarella", por exemplo, produto vendido nos Estados Unidos há mais de 100 anos.

Bruxelas quer evitar que outros países adotem nomes geográficos "e não planejamos aceitar isso", disse.

Trump e Juncker anunciaram na semana passada uma trégua na atual disputa comercial entre os Estados Unidos e a Europa. Ambos anunciaram um pacto para eliminar tarifas americanas ao aço e ao alumínio e as medidas de represália adotadas por Bruxelas.

Trump ainda proclamou que tinha conseguido abrir o mercado europeu à produção agrícola americana. Contudo, um porta-voz da UE questionou essa interpretação.

Os comentários de Perdue seguiram a mesma linha dos do secretário do Tesouro Steven Mnuchin, que insistiu no sábado em "derrubar as barreiras à agricultura".

Perdue estimou que provavelmente a Europa importará mais soja americana por ser mais barata que a brasileira.

Os produtores agrícolas dos Estados Unidos foram atingidos por tarifas impostas pela China em represália às taxas que Washington estabeleceu sobre seus produtos. O impacto é tão grave que, na semana passada, Washington anunciou uma assistência de 12 bilhões de dólares aos produtores prejudicados pelas medidas comerciais.

Com a demanda crescente da China, o preço dos embarques de soja para agosto de Paranaguá, no Paraná, era de 402,50 dólares a tonelada, contra 340 dólares na Louisiana, nos EUA.

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