Economia

Espírito Santo estuda proteção judicial contra credores

A ESI está em situação de falência técnica desde que foi detectado um passivo não-reconhecido no valor de 1,2 bilhão de euros

Consumidor em um caixa automático de uma agência do Banco Espírito Santo (BES) em Lisboa, Portugal (Mario Proenca/Bloomberg)

Consumidor em um caixa automático de uma agência do Banco Espírito Santo (BES) em Lisboa, Portugal (Mario Proenca/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2014 às 12h02.

São Paulo - A Espírito Santo International (ESI) está considerando um pedido de proteção judicial contra credores, em Luxemburgo, onde tem sede, se não conseguir chegar a um acordo de renegociação da dívida, segundo o site de notícias Económico, de Portugal.

A publicação explica que a "insolvência controlada" permite tentar uma recuperação do grupo sob proteção da justiça, mas poderá implicar no afastamento dos representantes da família Espírito Santo da gestão, devido às irregularidades de contabilidade que foram detectadas na ESI e que estão sendo investigadas pelas autoridades de Luxemburgo.

A ESI está em situação de falência técnica desde que foi detectado um passivo não-reconhecido no valor de 1,2 bilhão de euros, de acordo com a reportagem. A companhia encontra-se atualmente sem acesso a financiamento nos mercados e teve seu rating reduzido recentemente pela Moody's. Além disso, a instituição já atrasou o reembolso de papel comercial subscrito por clientes do seu banco suíço.

De acordo com o site, o grupo está tentando vender ativos e renegociar os prazos da sua gigantesca dívida de 7 bilhões de euros e converter a maior parte dela em ações preferenciais da Rioforte, que pertence ao Grupo Espírito Santo. O plano será submetido à aprovação dos acionistas da ESI (na qual a família Espírito Santo tem 56% de controle) numa assembleia-geral agendada para 29 de julho. A ESI é a principal holding do Grupo Espírito Santo, detendo a 100% da Rioforte que, por sua vez, é dona de 49% do Espírito Santo Financial Group, o maior acionista do BES, com 25%.

"É neste contexto particularmente difícil que o pedido de insolvência poderá constituir uma salvaguarda, impedindo os credores de executarem as dívidas durante as próximas semanas. A seu favor, a ESI tem o fato de, tradicionalmente, Luxemburgo ser mais generoso com os devedores insolventes do que outras jurisdições", afirmou a reportagem.

A ESI divulgou ontem um anúncio no jornal "Luxemburg Wort" com a convocatória para uma assembleia-geral em 29 de julho. Na agenda da reunião consta o plano de recuperação do grupo e a nomeação de Caetano Espírito Santo Beirão da Veiga para o cargo de gerente-executivo. Outra proposta prevê a nomeação da consultoria KPMG para assumir a revisão de contas, substituindo a Machado da Cruz, segundo o Económico.

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