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Espionagem dos EUA ameaça acordo de livre-comércio com UE

"Para que ambiciosas e complexas negociações tenham êxito, é necessário que haja confiança entre os sócios negociadores", frisou Reading

Rapaz opera um computador: americanos e europeus estão em negociações para criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo e espionagem ameaça negociações (Thomas Samson/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 17h00.

A onda expansiva de espionagem dos Estados Unidos ameaça as negociações comerciais com a União Europeia (UE) para um acordo de livre-comércio, já adiadas pela crise orçamentária americana.

Essa advertência foi lançada pela vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, que se encontra em visita a Washington em meio a fortes tensões diplomáticas deflagradas pelas revelações de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) de a qual foram alvos cidadãos comuns e autoridades na França, na Espanha e na Alemanha, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel.

"Amigos e aliados não se espionam mutuamente (...) É urgente e crucial que nossos aliados americanos ajam para restabelecer a confiança", disse Reding, em evento no Peterson Institute.

"Para que ambiciosas e complexas negociações tenham êxito, é necessário que haja confiança entre os sócios negociadores", frisou.

Reding disse que a questão da espionagem afeta diretamente um tema-chave nas negociações em curso desde julho e que buscam a criação de uma das maiores zonas de livre-comércio do mundo.

Washington espera que as empresas, sobretudo aquelas de comércio eletrônico, tenham acesso a informações dos usuários, como acontece nos Estados Unidos.

A vice-presidente declarou, porém, que os europeus não cederão no que diz respeito a uma forte proteção dos dados pessoais.

"A proteção de dados (...) é um direito fundamental e, como tal, não é negociável", frisou.


"As revelações sobre as atividades das agências de inteligência americanas na Europa e o dano que isso causou trouxeram uma renovada atenção para essa questão. Há coisas que não podem ser justificadas pela luta contra o terrorismo", insistiu a representante europeia.

O Gabinete do Representante americano do Comércio Exterior (USTR, na sigla em inglês) declarou nesta terça-feira que seria lamentável se a crise provocada pela espionagem dos Estados Unidos a líderes europeus interrompesse as negociações para criar uma zona de livre-comércio com a União Europeia.

"Seria uma pena deixar que essas questões, apesar de importantes, tirem o foco do nosso objetivo comum de negociar um (...) bom acordo para aumentar o comércio bilateral e os investimentos, apoiar a criação de emprego e aumentar a nossa competitividade internacional", indicou o porta-voz do USTR.

As recentes revelações sobre a espionagem por parte da NSA em países como França e Espanha, bem como o possível grampo do telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, provocaram uma tempestade diplomática.

"As discussões sobre as atividades de vigilância da NSA são independentes das nossas negociações comerciais", ressaltou o porta-voz.

Americanos e europeus estão em negociações complexas para criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo.

A primeira rodada de discussões aconteceu em julho, em meio às primeiras revelações sobre a espionagem da NSA. A segunda rodada, entretanto, foi adiada por tempo indeterminado após a paralisação parcial dos serviços públicos nos Estados Unidos durante a primeira quinzena de outubro.

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A onda expansiva de espionagem dos Estados Unidos ameaça as negociações comerciais com a União Europeia (UE) para um acordo de livre-comércio, já adiadas pela crise orçamentária americana.

Essa advertência foi lançada pela vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, que se encontra em visita a Washington em meio a fortes tensões diplomáticas deflagradas pelas revelações de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) de a qual foram alvos cidadãos comuns e autoridades na França, na Espanha e na Alemanha, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel.

"Amigos e aliados não se espionam mutuamente (...) É urgente e crucial que nossos aliados americanos ajam para restabelecer a confiança", disse Reding, em evento no Peterson Institute.

"Para que ambiciosas e complexas negociações tenham êxito, é necessário que haja confiança entre os sócios negociadores", frisou.

Reding disse que a questão da espionagem afeta diretamente um tema-chave nas negociações em curso desde julho e que buscam a criação de uma das maiores zonas de livre-comércio do mundo.

Washington espera que as empresas, sobretudo aquelas de comércio eletrônico, tenham acesso a informações dos usuários, como acontece nos Estados Unidos.

A vice-presidente declarou, porém, que os europeus não cederão no que diz respeito a uma forte proteção dos dados pessoais.

"A proteção de dados (...) é um direito fundamental e, como tal, não é negociável", frisou.


"As revelações sobre as atividades das agências de inteligência americanas na Europa e o dano que isso causou trouxeram uma renovada atenção para essa questão. Há coisas que não podem ser justificadas pela luta contra o terrorismo", insistiu a representante europeia.

O Gabinete do Representante americano do Comércio Exterior (USTR, na sigla em inglês) declarou nesta terça-feira que seria lamentável se a crise provocada pela espionagem dos Estados Unidos a líderes europeus interrompesse as negociações para criar uma zona de livre-comércio com a União Europeia.

"Seria uma pena deixar que essas questões, apesar de importantes, tirem o foco do nosso objetivo comum de negociar um (...) bom acordo para aumentar o comércio bilateral e os investimentos, apoiar a criação de emprego e aumentar a nossa competitividade internacional", indicou o porta-voz do USTR.

As recentes revelações sobre a espionagem por parte da NSA em países como França e Espanha, bem como o possível grampo do telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, provocaram uma tempestade diplomática.

"As discussões sobre as atividades de vigilância da NSA são independentes das nossas negociações comerciais", ressaltou o porta-voz.

Americanos e europeus estão em negociações complexas para criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo.

A primeira rodada de discussões aconteceu em julho, em meio às primeiras revelações sobre a espionagem da NSA. A segunda rodada, entretanto, foi adiada por tempo indeterminado após a paralisação parcial dos serviços públicos nos Estados Unidos durante a primeira quinzena de outubro.

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