Economia

Escassez de terrenos pesa sobre preço de imóveis em SP

São Paulo - A escassez de terrenos em regiões centrais da capital paulista deve manter os preços de imóveis residenciais novos em alta em São Paulo, segundo estimativa do Secovi-SP, sindicato que representa o setor imobiliário na cidade. "Essa é uma consequência do desenvolvimento... durante 20 anos, o mercado imobiliário andou 'de lado'", afirmou o […]

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2010 às 15h00.

São Paulo - A escassez de terrenos em regiões centrais da capital paulista deve manter os preços de imóveis residenciais novos em alta em São Paulo, segundo estimativa do Secovi-SP, sindicato que representa o setor imobiliário na cidade.

"Essa é uma consequência do desenvolvimento... durante 20 anos, o mercado imobiliário andou 'de lado'", afirmou o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

De acordo com levantamento do Secovi, nos últimos cinco anos, o preço por metro quadrado de área útil dos imóveis residenciais novos no município de São Paulo registrou alta de 30,6 por cento, sendo que o aumento foi mais acentuado entre março de 2008 e março de 2010.

No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 28,4 por cento, enquanto o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) avançou 40 por cento de janeiro de 2005 a março deste ano.

"Essa variação de preço é plenamente aceitável", assinalou o presidente do Secovi-SP, João Crestana. A consequência já observada, segundo ele, é a migração para cidades do interior e do litoral paulista.

Conforme a entidade, no início dos anos 2000, cerca de 85 por cento dos imóveis vendidos na região metropolitana do Estado eram localizados em São Paulo. Hoje, o índice caiu para 50 por cento.

Historicamente, desde o início da década de 1980, o valor do terreno representava de 10 a 15 por cento do custo de um imóvel, de acordo com Crestana. Há cerca de cinco anos, o valor passou a ficar entre 20 a 40 por cento.

Questionado sobre o cenário de alta para a taxa básica de juro do país (Selic), o economista-chefe do sindicato prevê que as taxas para financiamento imobiliário não sejam afetadas. "Hoje os bancos estão trabalhando com spread mínimo. Temos taxas para financiamento imobiliário bastante atrativas", afirmou Petrucci.


No primeiro trimestre, foram financiadas 76,5 mil unidades por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), incremento de 38 por cento ano a ano. Conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), até o final de 2010, devem ser liberados 50 bilhões de reais em financiamentos. Deste montante, 10 bilhões ficaram concentrados no primeiro quarto do ano.

Vendas

O Secovi-SP informou nesta segunda-feira que as vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista no primeiro trimestre dispararam em relação ao mesmo período de 2009, retomando o patamar pré-crise.

O setor apurou alta de 75,1 por cento nas vendas de moradias, num total de 8.461 unidades. Deste total, 87 por cento foram representadas por unidades de até 130 metros quadrados de área útil. Quanto aos segmentos, os imóveis de dois e três dormitórios ficaram praticamente empatados, respondendo por 35,4 e 36,6 por cento do volume comercializado.

Já a velocidade de vendas, medida pela relação de venda sobre oferta, foi de 20,2 por cento, ante 8 por cento nos primeiros meses de 2009.

O resultado do início deste ano ficou próximo das vendas de 8.478 unidades registradas no mesmo período de 2008, quando o setor atravessou forte aquecimento.

No primeiro trimestre foram lançadas 6.193 unidades residenciais, um aumento de 96,4 por cento em relação ao verificado um ano antes, mas uma queda de 11,8 sobre os lançamentos em 2008.

Para 2010, o Secovi-SP reiterou a previsão de vendas, que devem ficar entre 37 mil e 38 mil unidades, 5 por cento acima do comercializado em 2009. Para lançamentos, a previsão é de alta de 10 por cento, somando cerca de 35 mil moradias.
 


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