Remodelar o Nafta é parte da “doutrina” econômica do presidente americano, Donald Trump
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 06h18.
Última atualização em 23 de janeiro de 2018 às 07h35.
A sexta rodada de negociações sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) continua nesta terça-feira em Montreal, no Canadá.
A cúpula, que estava inicialmente programada para começar hoje, foi adiantada em dois dias diante da urgência em se discutir o futuro do Nafta concomitantemente com o Fórum Econômico de Davos, que começa hoje na Suíça.
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Times de representantes de Estados Unidos, Canadá e México passarão a próxima semana discutindo os assuntos mais importantes da pauta, culminando numa reunião dos ministros de Relações Exteriores na semana que vem, depois de 10 dias de conversas.
Nestes primeiros dias, os assuntos em questão são energia, investimentos, serviços financeiros, agricultura e outras pautas consideradas “mais simples”.
Os últimos dois dias, 27 e 28, foram reservados para os temas mais duros da agenda, como regras de origem para bens manufaturados, a exemplo dos carros — um dos pontos mais espinhosos das discussões.
Remodelar o Nafta é parte da “doutrina” econômica do presidente americano, Donald Trump, que repetidamente afirmou que o acordo, em vigor há 24 anos, é um dos piores tratados comerciais já firmados pelos Estados Unidos.
Parte de ideologia de “América Primeiro” é forçar a produção de bens nos Estados Unidos para aumentar a geração de empregos, principalmente nas camadas de trabalhadores fabris — no maior estilo protecionismo econômico que bem conhecemos por aqui.
Nesta segunda-feira, Trump conseguiu uma vitória para sua pauta, colocando uma tarifa de 30% nas importações de células fotovoltaicas (usadas em painéis de energia solar) e de 20% nas de máquinas de lavar domiciliares.
Com medo dos impactos econômicos que esse tipo de diretriz pode ter, Canadá e México, dois dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, esperam que legisladores e até líderes de negócios possam convencer o governo de que uma mudança no acordo pode ser danosa à economia de toda a América do Norte.
Canadá e Estados Unidos têm uma relação comercial de 1,4 trilhão de dólares em que os americanos são responsáveis por 70% de todas as trocas canadenses.
O México é o segundo maior destino de exportações americanas, atrás somente do Canadá, e o terceiro maior parceiro comercial, em uma relação que movimenta 550 bilhões de dólares ano. Cerca de 80% dos produtos de exportação do México vão para os Estados Unidos.
É esperado que os negociadores americanos sejam duros na queda nesta rodada de conversas. Canadá e México se agarram às esperanças de fazer pequenos avanços nas conversas desta semana e evitar que Trump saia do acordo de uma vez.
A queda de braço em Montreal ainda tem uma longa semana pela frente.