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Em crise com Europa, Rússia compra 22% a mais do Brasil

Vendas do Brasil para a Rússia nos oito primeiros meses deste ano saltaram de US$ 1,972 bilhão para US$ 2,414 bilhões, em 2014

Contêiner sendo empilhados em um terminal de exportação no Porto de Santos (Paulo Fridman/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 21h53.

Brasília - A crise diplomática da Rússia com a União Europeia e os Estados Unidos, intensificada nos últimos meses após a tensão envolvendo a região ucraniana da Crimeia, levou o mercado russo a demandar mais produtos agrícolas brasileiros e a se abrir a itens até então sem entrada em Moscou.

As exportações do Brasil para o país europeu cresceram 22,4% de janeiro a agosto deste ano, na comparação ao mesmo período de 2013, conforme levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado.

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As vendas externas do Brasil para a Rússia nos oito primeiros meses deste ano saltaram de US$ 1,972 bilhão, em 2013, para US$ 2,414 bilhões, em 2014.

O acréscimo de US$ 442 milhões foi puxado por uma maior importação de carne suína brasileira (70,2%), frango (41,3%) e bovina (12%).

A remessa de carne in natura representou 62% das exportações brasileiras, somando US$ 1,49 bilhão - sendo US$ 905,673 milhões em carne bovina, US$ 474,192 milhões em suína e US$ 110,641 milhões em frango.

Na comparação com janeiro a agosto de 2013, o total em carne enviada para ao consumidor russo em igual período deste ano cresceu 28,6%, com o incremento de US$ 326,584 milhões.

Manufaturados

Os russos também demandaram 48,3% mais café em grãos, totalizando US$ 56,267 milhões de janeiro a agosto, ante US$ 37,932 milhões em 2013.

Por outro lado, as compras de café industrializado (solúvel) do Brasil caíram 20,2%, de US$ 51,433 milhões, em 2013, para US$ 41,047 milhões neste ano.

Entre os manufaturados, também houve queda de 73,4% na compra de ferro-ligas, que recuou de US$ 35,665 milhões para US$ 9,489 milhões, na comparação com janeiro-agosto de 2013 e 2014; de 71,9% para motores e partes de automóveis, com recuo de US$ 27,966 milhões para US$ 7,845 milhões; e de 34% em calçados, após retração de US$ 22,044 milhões para US$ 14,549 milhões.

Em contrapartida, entre os industrializados, a Rússia intensificou a compra de máquinas e aparelhos para terraplenagem, com aumento de 21,8% na aquisição desses itens. O valor subiu US$ 17,204 milhões para US$ 20,953 milhões.

Os russos também intensificaram a importação de químicos em 536,8%. A compra pelo país de ácidos carboxílicos e derivados halogenados saltou de US$ 3,310 milhões, em 2013, para US$ 21,077 milhões, neste ano.

Inéditos

A melhoria na relação bilateral levou a Rússia a importar itens inéditos produzidos no Brasil, com destaque para soja e tratores. O parceiro europeu elevou a compra de soja, até então sem entrada no mercado russo, que atingiu 9,4% na pauta total de exportações.

A compra pelos russos da oleaginosa em grãos somou US$ 227,903 milhões. Já o farelo de soja saiu de zero para US$ 15,249 milhões. Moscou também abriu seu mercado para tratores, que na primeira remessa somou US$ 9,142 milhões.

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