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Economia explode se Dilma for reeleita, diz vice de Aécio

erança deixada pelos quatro anos de Dilma à frente do governo federal será "uma herança grave para qualquer um", disse Aloysio Nunes

Aloysio Nunes: segundo ele, existe uma percepção entre os investidores de que Dilma "não sabe o que fazer com o país" (José Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 11h35.

São Paulo - Uma "bomba-relógio" explodirá na economia brasileira caso a presidente Dilma Rousseff seja reeleita em outubro. A previsão é do candidato a vice-presidente da República na chapa do também tucano Aécio Neves, o senador paulista Aloysio Nunes, para quem a petista está "desnorteada".

A herança deixada pelos quatro anos de Dilma à frente do governo federal será "uma herança grave para qualquer um, mas mais grave ainda se for dada dela para ela mesma", avaliou o senador em entrevista à Reuters no quartel-general da campanha do PSDB em São Paulo, na terça-feira.

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"Eu acho que a bomba-relógio vai explodir sobretudo se a presidente Dilma for reeleita", disse o tucano, citando o atual quadro econômico de baixo crescimento econômico e de inflação no teto da meta estabelecida pelo governo --de 4,5 por cento com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

"Ela (Dilma) não terá força política para enfrentar os problemas criados ao longo dos governos do (ex-presidente) Lula e dela. Ela está amarrada no sistema de alianças políticas... e não tem condições de romper", avaliou Aloysio Nunes, garantindo que, se eleito, Aécio romperá com esse sistema de alianças.

Ele assegurou que um governo tucano não será tolerante com a inflação no teto da meta e acusou Dilma de se "lixar" para o centro da meta. Mas não especificou que prazo considera adequado para levar a inflação ao centro da meta.

Na segunda-feira, Aécio disse que quer fazer isso até o final dos quatros anos de um eventual governo tucano. Aloysio Nunes defendeu a redução dos gastos públicos --"a austeridade é um ativo político importante"--, mas não detalhou quais gastos seriam cortados em um eventual governo tucano. Ele apenas ressaltou que Aécio tomará as medidas necessárias para colocar a economia em ordem.

Em entrevista à Reuters em abril, Aécio disse que estava preparado para adotar "medidas impopulares" como a redução dos gastos públicos, o que gerou críticas de Dilma, que argumentou que essas medidas envolveriam arrocho salarial.

Depois disso, o tucano deixou de usar a expressão. Para Aloysio Nunes, existe uma percepção entre os investidores de que Dilma "não sabe o que fazer com o país". Ele bateu na tecla que vem sendo repetida por Aécio, de que uma vitória do PSDB nas eleições de outubro contribuirá para a reversão de expectativas em relação à economia.

"Ela (Dilma) está inteiramente desnorteada", disparou o senador paulista. "Há um intervencionismo atabalhoado, que acabou gerando resultados desastrosos, especialmente no setor elétrico", argumentou.

O senador se referia à decisão tomada pelo governo Dilma no final de 2012 de antecipar a renovação das concessões de energia para reduzir as tarifas. A escassez de chuvas, no entanto, obrigou o uso intensivo da energia mais cara das termoelétricas, levando o governo a tomar medidas para socorrer financeiramente as distribuidoras.

Num momento em que a ampla maioria da população deseja mudanças, segundo as pesquisas de opinião, com o PSDB usando como slogan "Muda Brasil", Aloysio Nunes ironizou o mote da campanha de reeleição de Dilma, focado na ideia de que "o Brasil vai continuar mudando".  "Eles querem é conservar o poder. Não querem mudar coisa nenhuma", acusou.

O argumento de Dilma e sua equipe, no entanto, é que os governos do PT mudaram o país e é por isso que ela tem condições de continuar fazendo mais mudanças. Apesar das duras críticas a Dilma e ao governo atual, Aloysio garantiu que, se vencer a eleição, Aécio e o PSDB não terão a pretensão de que "o Brasil começará no dia 1º de janeiro” de 2015 e garantiu que serão mantidos programas bem-sucedidos, especialmente sociais, como o Bolsa-Família.

PMDB e agenda legislativa forte

Aloysio Nunes reconheceu que, dado o quadro político fragmentado no Brasil, "não é nada condenável" que ministérios sejam entregues a aliados, ainda que não tenha perdido a oportunidade para nova alfinetada no governo petista, falando que hoje há um loteamento de cargos públicos "no varejo absoluto”.

"Você pode dar para compor a maioria, especialmente dentro da maioria que o apoiou para governar em torno de um programa", disse.

Ele não descartou a participação do PMDB numa eventual administração tucana. Muitas vezes criticado por aderir a diferentes governos mesmo quando apoiou outros candidatos durante a campanha eleitoral, o PMDB tem hoje tem o vice-presidente da República, Michel Temer, que tenta a reeleição junto com Dilma.

"Eu não demonizo o PMDB", disse Aloysio Nunes. "É perfeitamente possível um diálogo com o PMDB, a apresentação de um programa de governo e eles virem a nos apoiar. Se vai participar do governo ou não é outra coisa." E apontou como ter uma boa relação entre o Executivo e o Parlamento: "a partir de uma agenda legislativa forte é muito mais fácil o presidente manejar o Congresso".

O senador paulista disse que o partido está confortável com o desempenho de Aécio até agora na campanha, apesar de o presidenciável tucano estar 15 pontos atrás de Dilma, segundo pesquisa Ibope divulgada na semana passada. Ainda mais porque num eventual segundo turno, a diferença mostrada pela pesquisa é bem menor. [nL2N0QE02Q]     "A pesquisa eleitoral é um dado, mas um outro dado que nós levamos em conta é a rejeição à presidente Dilma, que é muito alta, a avaliação de governo, que é muito baixa, e o grau de confiança no governo, que também é baixo", disse.

Na avaliação do tucano, a candidatura de Aécio está bem posicionada nos principais colégios eleitorais do país, inclusive com apoio de dissidentes do PMDB em alguns deles, e nem mesmo o fato de Dilma ter muito mais tempo na propaganda na TV e no rádio que Aécio lhe parece decisivo.

"Às vezes, quem fala muito acaba dando bom dia para cavalo", disse. "Nos colégios eleitorais maiores, a situação do candidato do PSDB é muito mais favorável do que era em 2010."

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