Economia

Draghi alerta contra complacência e diz que BCE fez sua parte

Presidente do Banco Central Europeu disse aos líderes que não esperem uma injeção adicional de dinheiro de longo prazo

"Foi uma mensagem sutil", disse um diplomata da zona do euro indagado sobre a intervenção de Draghi perante os 27 líderes (Ralph Orlowski/Getty Images)

"Foi uma mensagem sutil", disse um diplomata da zona do euro indagado sobre a intervenção de Draghi perante os 27 líderes (Ralph Orlowski/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2012 às 20h23.

Bruxelas - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, alertou a zona do euro contra a complacência e disse aos líderes que deram uma mensagem otimista sobre a contenção de sua crise de dívida que não esperem uma injeção adicional de dinheiro de longo prazo em seus bancos, de acordo com autoridades.

Comparecendo a um jantar no final da quinta-feira em reunião de cúpula da União Europeia, Draghi disse aos líderes que a provisão, pelo BCE, de mais de 1 trilhão de euros de liquidez, por meio de um programa especial de empréstimos, havia lhes dado apenas um alívio temporário e que não poderia haver interrupção das reformas.

"Foi uma mensagem sutil", disse um diplomata da zona do euro indagado sobre a intervenção de Draghi perante os 27 líderes. "Ele disse que há sinais tímidos de estabilização, mas enfatizou que a situação geral é frágil."

Uma autoridade que esteve presente ao jantar disse que Draghi enfatizou que a crise não foi superada e que não se repetiriam os empréstimos emergenciais para os bancos -que somaram 530 bilhões de euros em empréstimos de três anos para 800 bancos em uma oferta em 29 de fevereiro, além de 489 bilhões em dezembro.

"Temos três anos para as reformas, ou então as coisas vão ficar muito complicadas", disse a autoridade.

A cúpula de quinta e sexta-feira é a primeira em mais de 18 meses que não se concentrou quase inteiramente na resolução da crise, com os líderes, em vez disso, buscando mudar o discurso na direção do crescimento, na medida em que crescem as sombras da recessão e do desemprego.

"Temos tomado medidas substanciais em uma direção positiva e eu percebo que, pela primeira vez em muitos, muitos meses, esta não é uma cúpula de crise", disse a primeira-ministra holandesa Helle Thorning-Schmidt ao chegar para o segundo dia do encontro, ecoando comentários de outros líderes.

"Temos tentado lidar com o passado e agora olhamos para o futuro em uma discussão de longo prazo para ver como criaremos novo crescimento e novos empregos para a Europa."

Acompanhe tudo sobre:BancosBCECrise econômicaCrises em empresasEuropaFinançasUnião Europeia

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação