Argentina: embora Milei tenha finalmente dado explicações sobre como pretende fazer a Argentina adotar o dólar como moeda corrente, a transição deve demorar (Juan Mabromata/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 23 de maio de 2024 às 18h18.
Última atualização em 23 de maio de 2024 às 18h26.
O presidente da Argentina, Javier Milei, reafirmou sua promessa de campanha de dolarizar a economia do país e explicou, depois de seis meses no cargo, como seu governo pretende fazer isso.
Depois de limpar o balanço do banco central — com a quitação dos passivos em moeda local — e reformar o sistema financeiro, a Argentina deve buscar o que ele chama de "livre concorrência de moedas".
Milei fará show de rock e lançará livro contra o socialismo em evento em Buenos AiresIsso significa que o peso e o dólar se tornariam ambas moedas aceitas legalmente. O peso, nessa altura, seria cotado a uma taxa de câmbio “flexível”. O Banco Central deixaria de imprimir pesos, permitindo que o dólar o substitua.
“O peso se tornará uma espécie de peça de museu e, quando se tornar muito raro, o que você acha que faremos?” disse Milei em um evento de negócios em Buenos Aires na noite de terça-feira. “Vamos dolarizar, e o peso desaparecerá.”
Embora Milei tenha finalmente dado explicações sobre como pretende fazer a Argentina adotar o dólar como moeda corrente, a transição deve demorar.
Desde que assumiu o cargo, em 10 de dezembro, prometendo acabar com a inflação anual de três dígitos e dolarizar a economia, Milei agiu rápido para reduzir os passivos do banco central, com o objetivo final de fechar a autoridade monetária.
A equipe econômica, liderada pelo ministro Luis Caputo, tomou medidas para tornar as notas do Tesouro argentino mais atraentes do que a dívida do banco central para liquidar o crescente endividamento da autoridade monetária. Um terço da dívida do banco central migrou para o Tesouro, segundo o governo.
Assim que toda a dívida for liquidada, os controles de capital serão removidos e as moedas competirão.
Em paralelo, os juros básicos do país já foram cortados seis vezes, passando de 133% do início do mandato de Milei para 40% na semana passada.