Economia

Dólar volta a subir ante real, de olho em Fed e BC

Investidores estão atentos à possibilidade de o Banco Central aumentar a atuação no mercado de câmbio com a moeda norte-americana perto de 2,35 reais


	Dólar: às 12h28, a divisa dos Estados Unidos subia 0,40%, a 2,3440 reais na venda
 (Getty Images)

Dólar: às 12h28, a divisa dos Estados Unidos subia 0,40%, a 2,3440 reais na venda (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 14h09.

São Paulo - O dólar voltava a subir ante o real nesta segunda-feira, com investidores de olho no Federal Reserve e ainda atentos à possibilidade de o Banco Central aumentar a atuação no mercado de câmbio com a moeda norte-americana perto de 2,35 reais.

Às 12h28, a divisa dos Estados Unidos subia 0,40 por cento, a 2,3440 reais na venda, após marcar na semana passada a mais forte valorização semanal em um ano.

Na máxima desta sessão, o dólar chegou a 2,3465 reais e, na mínima, a 2,3295 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 450 milhões de dólares.

"O dólar voltou a níveis em que, historicamente, o BC já deu sinais de desconforto, então o mercado fica cauteloso", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Na semana passada, o dólar subiu depois que pesquisas mostraram a presidente Dilma Rousseff (PT) ganhando terreno e empatando tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva em um esperado segundo turno das eleições presidenciais. Investidores preferem a vitória de Marina devido às críticas à condução da política econômica do atual governo.

Pesavam também sobre o câmbio as expectativas de que o Fed sinalize na quarta-feira que pode elevar os juros mais cedo do que espera o mercado, o que tenderia a atrair à maior economia do mundo capitais atualmente aplicados em outros mercados.

"Esta semana pode bem ser uma das semanas mais importantes do ano", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em nota a clientes, citando o Fed.

Segundo Galhardo, da Treviso, qualquer surpresa nesses dois âmbitos pode levar o dólar a ultrapassar o patamar de 2,35 reais, que poderia ser inflacionário, a menos que o BC indique insatisfação com esse patamar e intensifique sua atuação no mercado, sobretudo via rolagem de swaps.

Na sexta-feira, uma importante fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o BC poderá lançar mão do aumento da oferta de swaps para rolagem de contratos com o objetivo de reduzir a volatilidade atual do mercado, mas que os leilões com as rações diárias não mudam neste ano.

Por enquanto, o BC não mudou o leilão para rolagem, vendendo a oferta total de até 6 mil swaps para rolar os contratos que vencem em 1º de outubro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 27 por cento do lote total, equivalente a 6,677 bilhões de dólares.

Se mantiver esse ritmo, o BC terá rolado cerca de 76 por cento do lote de outubro, menos do que os quase 90 por cento swaps rolados para setembro.

A autoridade monetária também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 2º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,8 milhões de dólares.

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