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Dívida é "absolutamente incontrolável", diz Moreira Franco

Afirmação foi feita a jornalistas às margens de um evento em que o governo vendia a atratividade da economia do Brasil a líderes empresariais japoneses.

Moreira Franco: para o secretário, membros do atual governo que participaram da administração de Dilma não puderam impedir degradação das contas públicas. (Felipe Varanda)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2016 às 06h23.

Tóquio - O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, um dos mais próximos assessores do presidente Michel Temer , afirmou nesta terça-feira em Tóquio, no Japão, que a trajetória da dívida pública do país "é absolutamente incontrolável". A afirmação foi feita a jornalistas às margens de um evento em que o governo vendia a atratividade da economia do Brasil a líderes empresariais japoneses.

Segundo Moreira Franco, a crise atual é a "pior da nossa história". O quadro foi descrito com base nos dados de déficit público , que em 2016 está avaliado pelo Ministério da Fazenda em R$ 170 bilhões, e em 2017 pode chegar a R$ 134 bilhões. "Temos uma dívida que cresce de maneira assustadora, com uma taxa de juros de 14,25%. A capacidade, o potencial de crescimento dessa dívida é superior à da Grécia", argumentou. "A Grécia está nessa situação com uma taxa de juros de 2%, 2% e pouco, o Brasil é 14,25%. Estamos com a economia totalmente desorganizada."

Para o secretário, o Brasil não passou por momento pior nem quando da hiperinflação dos anos 80, das moratórias da dívida pública ou da intervenção do Fundo Monetário internacional ( FMI ). "Você acha que a intervenção do FMI é superior a estar com uma trajetória de dívida absolutamente incontrolável?", respondeu, ao ser questionado pelo Estado. "A intervenção do FMI é bobagem diante desse quadro. É uma questão política. Este quadro que nós estamos vivendo, não. É uma questão econômica grave, que gera problemas sociais incríveis para a sociedade brasileira."

Moreira Franco entende que os membros do atual governo que participaram da administração de Dilma Rousseff , como ele próprio e o presidente Michel Temer, não puderam impedir a degradação das contas públicas. De acordo com o secretário, o plano Uma Ponte para o Futuro, proposto pelo PMDB à ex-presidente, foi "visto como uma provocação, uma coisa inútil". "O povo brasileiro foi às ruas em um processo de desespero, com uma situação econômica extremamente desconfortável", analisou.

As declarações foram feitas a jornalistas brasileiros minutos depois de um evento com empresários japoneses na embaixada do Brasil em Tóquio. Em sua palestra, Moreira Franco utilizou um tom oposto, afirmando que o governo Temer está estabilizando a economia e convidando os empresários japoneses a investir no país. "Este é o único compromisso do presidente Temer: colocar o Brasil no novo trilho", afirmou.

O secretário entende ainda que Temer está dedicado a enfrentar a crise, o que seria "incompatível" com um projeto eleitoral. "Um projeto eleitoral não está no horizonte do presidente Michel Temer. O projeto dele está voltado basicamente para a solução da crise econômica", justificou. "É quase incompatível. Eu diria até que é incompatível se pensar em um projeto eleitoral e, ao mesmo tempo, ter de enfrentar no dia a dia o desafio da mais grave crise econômica da nossa história."

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Tóquio - O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, um dos mais próximos assessores do presidente Michel Temer , afirmou nesta terça-feira em Tóquio, no Japão, que a trajetória da dívida pública do país "é absolutamente incontrolável". A afirmação foi feita a jornalistas às margens de um evento em que o governo vendia a atratividade da economia do Brasil a líderes empresariais japoneses.

Segundo Moreira Franco, a crise atual é a "pior da nossa história". O quadro foi descrito com base nos dados de déficit público , que em 2016 está avaliado pelo Ministério da Fazenda em R$ 170 bilhões, e em 2017 pode chegar a R$ 134 bilhões. "Temos uma dívida que cresce de maneira assustadora, com uma taxa de juros de 14,25%. A capacidade, o potencial de crescimento dessa dívida é superior à da Grécia", argumentou. "A Grécia está nessa situação com uma taxa de juros de 2%, 2% e pouco, o Brasil é 14,25%. Estamos com a economia totalmente desorganizada."

Para o secretário, o Brasil não passou por momento pior nem quando da hiperinflação dos anos 80, das moratórias da dívida pública ou da intervenção do Fundo Monetário internacional ( FMI ). "Você acha que a intervenção do FMI é superior a estar com uma trajetória de dívida absolutamente incontrolável?", respondeu, ao ser questionado pelo Estado. "A intervenção do FMI é bobagem diante desse quadro. É uma questão política. Este quadro que nós estamos vivendo, não. É uma questão econômica grave, que gera problemas sociais incríveis para a sociedade brasileira."

Moreira Franco entende que os membros do atual governo que participaram da administração de Dilma Rousseff , como ele próprio e o presidente Michel Temer, não puderam impedir a degradação das contas públicas. De acordo com o secretário, o plano Uma Ponte para o Futuro, proposto pelo PMDB à ex-presidente, foi "visto como uma provocação, uma coisa inútil". "O povo brasileiro foi às ruas em um processo de desespero, com uma situação econômica extremamente desconfortável", analisou.

As declarações foram feitas a jornalistas brasileiros minutos depois de um evento com empresários japoneses na embaixada do Brasil em Tóquio. Em sua palestra, Moreira Franco utilizou um tom oposto, afirmando que o governo Temer está estabilizando a economia e convidando os empresários japoneses a investir no país. "Este é o único compromisso do presidente Temer: colocar o Brasil no novo trilho", afirmou.

O secretário entende ainda que Temer está dedicado a enfrentar a crise, o que seria "incompatível" com um projeto eleitoral. "Um projeto eleitoral não está no horizonte do presidente Michel Temer. O projeto dele está voltado basicamente para a solução da crise econômica", justificou. "É quase incompatível. Eu diria até que é incompatível se pensar em um projeto eleitoral e, ao mesmo tempo, ter de enfrentar no dia a dia o desafio da mais grave crise econômica da nossa história."

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