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Dívida da AES derruba lucro do BNDES

A dívida 4,1 bilhões de reais do grupo americano AES com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) causou estrago nos resultados do banco no ano passado. Não fosse o risco de inadimplência do empréstimo contraído pela AES no leilão de privatização da Eletropaulo, o lucro líquido da instituição, de 550 milhões de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

A dívida 4,1 bilhões de reais do grupo americano AES com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) causou estrago nos resultados do banco no ano passado. Não fosse o risco de inadimplência do empréstimo contraído pela AES no leilão de privatização da Eletropaulo, o lucro líquido da instituição, de 550 milhões de reais, teria sido de 1,75 bilhão de reais. A diferença de 1,2 bilhão de reais corresponde à provisão para risco do crédito à AES. O que é prejuízo hoje pode virar um ativo valioso depois , afirmou Roberto Thimóteo da Costa, diretor financeiro do BNDES. O balanço da instituição foi divulgado nesta quarta-feira (30/4), na sede do banco, no Rio de Janeiro.

Thimóteo confirmou que as ações preferenciais da Eletropaulo, utilizadas como garantia pela AES Elpa para parte dos financiamentos da AES, serão leiloadas. "O BNDES pode participar do leilão, oferecer lances", diz. "Tudo para resguardar esse ativo estratégico para o país."

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Durante a apresentação do balanço, Costa disse que o BNDES aguarda nesta sexta-feira, (2/5), a apresentação de uma proposta satisfatória da AES para negociar o restante da dívida. A AES Trangás também está inadimplente. Nesta quarta-feira, foi encerrado o prazo para o BNDES executar as garantias do empréstimo à AES Elpa, que não pagou duas parcelas de sua dívida com o banco.

Estaremos liberados para fazer o que quisermos, inclusive entrar na Justiça , afirma o diretor financeiro do BNDES, Roberto Thimóteo da Costa. A hipótese de levar o caso ao tribunal não agrada, porém, ao diretor. Para ele, um processo judicial seria muito custoso e demorado. Um mau acordo é melhor do que uma grande briga , disse Costa. Na última segunda-feira, ele esteve reunido com o vice-presidente da AES, Joseph Brant, a quem apresentou as condições que o BNDES considera aceitáveis para um acordo.

O BNDES fechou o ano passado com ativos totais de 151 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 33,9% em relação a 2001, motivado principalmente pela variação cambial dos financiamentos indexados ao dólar. Os desembolsos somaram 37,4 bilhões de reais. O principal setor beneficiado foi o de energia, que recebeu 6,6 bilhões de reais.

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