Diante de instabilidade, agronegócio aposta nos árabes
Empresários e produtores agrícolas têm buscado cada vez mais estreitar relações com novos mercados, entre eles Ásia, África e Oriente Médio
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2014 às 22h57.
São Paulo - Com previsões cada vez mais pessimistas para a economia brasileira e perspectiva de crescimento econômico abaixo dos 2%, os empresários e produtores agrícolas têm buscado cada vez mais estreitar relações com novos mercados, entre eles Ásia, África e Oriente Médio.
A postura, apesar de ser reflexo da crise econômica de 2008 e também de um novo direcionamento diplomático do Brasil após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser a solução para a desaceleração dos principais parceiros comerciais do Brasil - entre eles, China, Estados Unidos, Argentina e países da zona do euro.
De acordo com a análise do economista e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, que falou a empresários durante evento sobre comércio exterior promovido nesta quarta-feira pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o país precisa de uma maior diversificação de parceiros econômicos diante das dificuldades internas, como a alta no preço dos alimentos.
Mas também citou as dificuldades externas, como as perdas com os vizinhos Venezuela e Argentina, que enfrentam graves crises econômicas.
"O relacionamento com os árabes pode crescer porque esses países têm uma base econômica grande, possuem uma população relevante e são muito dependentes de produtos importados que o Brasil oferece, especialmente alimentos, setor em que somos fortes", afirmou Mendonça de Barros.
A aposta pode ser lida em números ao se analisar o destino das exportações do agronegócio em 2000 e em 2013, com uma queda da participação da zona do Euro de 41% para 22% e de 18% para 7% na participação dos Estados Unidos.
Os dados, apresentados pelo presidente do conselho de administração da BRF (antiga Brasil Foods), Abílio Diniz, durante o Global Agrobusiness Forum, contrastam com um aumento das exportações para o que o executivo chamou de "Menasa", região que concentra o norte da África, Oriente Médio e parte da Ásia.
Nesta região, as exportações dobraram nos últimos 13 anos, passando de 8% para 16% de participação no destino das exportações do agronegócio, junto com a China, que passou de 3% em 2000 para 23% em 2013.
"A recessão na zona do euro e nos EUA tem alguma coisa a ver com isso? Claro que tem! Mas não é só isso. Nós estamos conquistando outros mercados, estamos transferindo nossa produção para países onde temos condições melhores de valorizar nossa produção", ressaltou Diniz.
O empresário destacou que a "Menasa" é "a parte do mundo mais importante para as exportações do grupo BRF".
De acordo com o economista Mendonça de Barros, a postura da BRF é adequada ao momento da economia mundial, com perspectivas de continuidade da recuperação nos Estados Unidos e no Japão, estabilidade no crescimento da China e uma retomada gradual na zona do euro, que ainda tem economias em grandes dificuldades econômicas.
"O Brasil vai sofrer muito e as exportações para outros destinos, quem sabe aquelas para o Oriente Médio, passam a valer mais", completou.
São Paulo - Com previsões cada vez mais pessimistas para a economia brasileira e perspectiva de crescimento econômico abaixo dos 2%, os empresários e produtores agrícolas têm buscado cada vez mais estreitar relações com novos mercados, entre eles Ásia, África e Oriente Médio.
A postura, apesar de ser reflexo da crise econômica de 2008 e também de um novo direcionamento diplomático do Brasil após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser a solução para a desaceleração dos principais parceiros comerciais do Brasil - entre eles, China, Estados Unidos, Argentina e países da zona do euro.
De acordo com a análise do economista e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, que falou a empresários durante evento sobre comércio exterior promovido nesta quarta-feira pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o país precisa de uma maior diversificação de parceiros econômicos diante das dificuldades internas, como a alta no preço dos alimentos.
Mas também citou as dificuldades externas, como as perdas com os vizinhos Venezuela e Argentina, que enfrentam graves crises econômicas.
"O relacionamento com os árabes pode crescer porque esses países têm uma base econômica grande, possuem uma população relevante e são muito dependentes de produtos importados que o Brasil oferece, especialmente alimentos, setor em que somos fortes", afirmou Mendonça de Barros.
A aposta pode ser lida em números ao se analisar o destino das exportações do agronegócio em 2000 e em 2013, com uma queda da participação da zona do Euro de 41% para 22% e de 18% para 7% na participação dos Estados Unidos.
Os dados, apresentados pelo presidente do conselho de administração da BRF (antiga Brasil Foods), Abílio Diniz, durante o Global Agrobusiness Forum, contrastam com um aumento das exportações para o que o executivo chamou de "Menasa", região que concentra o norte da África, Oriente Médio e parte da Ásia.
Nesta região, as exportações dobraram nos últimos 13 anos, passando de 8% para 16% de participação no destino das exportações do agronegócio, junto com a China, que passou de 3% em 2000 para 23% em 2013.
"A recessão na zona do euro e nos EUA tem alguma coisa a ver com isso? Claro que tem! Mas não é só isso. Nós estamos conquistando outros mercados, estamos transferindo nossa produção para países onde temos condições melhores de valorizar nossa produção", ressaltou Diniz.
O empresário destacou que a "Menasa" é "a parte do mundo mais importante para as exportações do grupo BRF".
De acordo com o economista Mendonça de Barros, a postura da BRF é adequada ao momento da economia mundial, com perspectivas de continuidade da recuperação nos Estados Unidos e no Japão, estabilidade no crescimento da China e uma retomada gradual na zona do euro, que ainda tem economias em grandes dificuldades econômicas.
"O Brasil vai sofrer muito e as exportações para outros destinos, quem sabe aquelas para o Oriente Médio, passam a valer mais", completou.