Economia

Dia de juros mais altos nos EUA

Com taxa de desemprego baixa, inflação perto da meta e o crescimento da economia não há desculpas para o Fed, banco central americano, não elevar a taxa de juros nos Estados Unidos em reunião que termina nesta quarta-feira, dizem economistas. O aumento deve ser de 0,25 ponto percentual, elevando os juros para a faixa entre […]

YELLEN, PRESIDENTE DO FED: juros americanos devem ter alta nesta quarta-feira / Gary Cameron/ Reuters

YELLEN, PRESIDENTE DO FED: juros americanos devem ter alta nesta quarta-feira / Gary Cameron/ Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2017 às 21h17.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

Com taxa de desemprego baixa, inflação perto da meta e o crescimento da economia não há desculpas para o Fed, banco central americano, não elevar a taxa de juros nos Estados Unidos em reunião que termina nesta quarta-feira, dizem economistas. O aumento deve ser de 0,25 ponto percentual, elevando os juros para a faixa entre 0,75% a 1%. A dúvida maior é o que virá depois disso.

No discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, marcado para às 15h30 no horário de Brasília, investidores buscarão pistas de quantas altas o banco deve fazer ao longo do ano. Em dezembro o Fed sinalizou que elevaria a taxa de juros do país três vezes ao longo de 2017 – e até então economistas acreditavam que a alta viria apenas em junho. Mas a economia americana tem caminhado muito melhor do que o previsto. A taxa de desemprego caiu para 4,7% em fevereiro e a inflação chegou a 1,9% nos últimos 12 meses até janeiro – o maior patamar em quatro anos.

O cenário é bem diferente de um ano atrás, quando os fracos sinais de crescimento da economia americana e as incertezas globais fizeram o Fed segurar os juros. O cenário aos poucos também parece mudar para outras economias desenvolvidas. “Não há mais essa sensação de urgência em tomar novas medidas”, disse o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na semana passada, após o manter as taxas de juros do país, indicando que o BCE provavelmente não precisará fazer novos estímulos para sustentar a economia. “Essa urgência que foi provocada pelos riscos da deflação não está lá”, disse Draghi. A inflação da zona do euro chegou a 2% em fevereiro.

Na quinta-feira será a vez do Reino Unido e do Japão decidirem sobre as taxas de juros. A expectativa é de que ambos mantenham os juros inalterados, mas adotem previsões econômicas mais otimistas, devido ao baixo desemprego e aumento da inflação em ambos os países.

Apesar disso, o cenário lá fora ainda é cheio de incertezas. A política econômica de Donald Trump continua um mistério, há as eleições presidenciais na França (já em abril) e o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

O impacto dessa alta de juros nos Estados Unidos para o Brasil também permanece uma incógnita. As previsões de câmbio para este primeiro semestre variam entre 3,10 e 3,40 reais. Muitos economistas têm ressaltado que o país, neste momento, depende muito mais de si – com a reforma da previdência, a retomada da economia e o ainda tumultuado cenário político – do que do exterior. A ver se os investidores estrangeiros concordam.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Economia

Bastidores: sinalização favorável de Lula sobre ajuste fiscal acalmaria mercados, avaliam banqueiros

Lula indica três novos diretores para o Banco Central; veja quem são

Setor de software e TI da China cresce 11% em 2024, se destacando na economia global

“Se tiver problema de cálculo, voltamos para a planilha”, diz Haddad, sobre possíveis novos cortes